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Politécnico da Guarda tem Gabinete de Mediação Intercultural

No Instituto Politécnico da Guarda está a funcionar, há cerca de um ano, o Gabinete de Mediação Intercultural que pretende contribuir para uma melhor integração dos estudantes africanos na comunidade académica e comunidade envolvente.

Este Gabinete tem ainda como objetivos principais identificar as necessidades sociais, económicas e humanas dos estudantes internacionais do IPG de modo a proporcionar oportunidades de igualização e ações que previnam a desigualdade e a indiferença; contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses estudantes, harmonizando “a convivência entre duas partes de culturas diferentes, neste caso as culturas africanas – São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique – e a cultura europeia, a portuguesa, na figura do IPG e da comunidade envolvente”, como nos disse Luísa Campos, docente do Politécnico da Guarda e impulsionadora deste serviço.

Questionada sobre como surgiu este Gabinete de Mediação Intercultural, Luísa Campos esclareceu que essa necessidade se fez sentir “depois de alguns docentes se terem apercebido de problemas na vivência de alunos africanos que estudavam no IPG que os impediam de estar em pé de igualdade com os alunos portugueses. Resolvemos então elaborar um questionário e aplicá-lo aos alunos em questão. A partir da sua análise verificámos vários problemas, concluindo, entre outros, que eles não se tinham apercebido bem do custo de vida em Portugal, que não vinham preparados para o frio, que não tinham acesso fácil ao sistema de saúde, que não percebiam como funcionava a vida académica no IPG, que não sabiam o que fazer para ter acesso à ajuda disponível dentro do Politécnico, e também fora, que tinham problemas com a língua portuguesa e que, na sua grande maioria, não se integravam com os alunos portugueses na Associação Académica.”

Além do atendimento aos alunos (num espaço localizado no edifício dos Serviços Centrais) o Gabinete de Mediação Intercultural tem levado a cabo “outras atividades como as que permitem uma resposta positiva aos problemas com que nos deparámos, estabelecendo a ligação com a comunidade académica e a comunidade envolvente”.

O apoio na área da saúde é outra das preocupações do GMI. “Tentámos facilitar o acesso à saúde porque, por um lado, não conhecem ainda bem o funcionamento dos serviços e, por outro, porque não é fácil aceder porque os serviços não estão ainda a contar com eles”, acrescentou Luísa Campos. “Pretendemos ainda continuar a diligenciar para que a normalização do atendimento dos alunos nos centros de saúde seja uma realidade. Neste momento, e como há falta de médicos de família para toda a gente e não apenas para estes alunos, é difícil haver regularidade de atendimento e estabelecer uma rotina de resposta. Não posso deixar de mencionar que há uma organização de médicos, a Associação Saúde em Português, à frente da qual está o Dr. Francisco Varela, que recebe os alunos, às quartas-feiras, a partir das 18h00, no Gabinete 15 da Consulta Externa, o que é uma ajuda. Mas pretendemos que haja a consciência institucional por parte da ULS da Guarda de que estes estudantes existem e existirão no futuro e de que precisam de um acolhimento direcionado e permanente”.

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