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Polémica volta à habitação social do Tortosendo

Desacordo continua entre Câmara, Junta de Freguesia e Sport Tortosendo e Benfica

A polémica à volta dos 148 fogos de habitação social do Tortosendo, construídos há quase dois anos no Bairro do Cabeço, em terrenos que o clube Sport Tortosendo e Benfica (STB) reivindica como proprietário, voltou a incendiar a Assembleia Municipal (AM) da Covilhã na última sexta-feira.

Após algumas considerações sobre os resultados das legislativas, Carlos Pinto acusou o socialista e presidente da mesa da assembleia-geral do STB, Artur Meireles, de estar a «boicotar» o acordo celebrado pelas partes em Julho passado para resolver a discórdia que se arrasta desde 2003, acusando-o ainda de estar a inviabilizar a entrega das casas às 148 famílias. Seguiu-se uma troca de acusações e de insultos entre Carlos Pinto e Artur Meireles, o que levou Carlos Abreu, presidente da AM e da Junta de Freguesia do Tortosendo, a suspender a sessão durante cinco minutos para “acalmar os ânimos”. No cerne da discórdia está o facto do clube ter «recusado a assinatura do contrato» acordado no Verão passado, justifica Carlos Pinto, insinuando que a colectividade pretende mais regalias. «Foi uma grande surpresa verificar a recusa da assinatura do documento com o argumento de que o clube teria que voltar a conversar com a Somague para exigir, talvez, mais um andar, uma cobertura ou mais um espaço», criticou. Por sua vez, e desconhecendo a recusa da assinatura com o advogado da autarquia, Artur Meireles atirou as culpas para a Câmara e Junta de Freguesia do Tortosendo por não assumirem as responsabilidades de alegada usurpação dos terrenos do STB.

«Pela nossa parte, assinamo-lo hoje», afirmou, reiterando apenas a necessidade do acordo a celebrar com a Somague ser também «vinculativo» para a Câmara e Junta de Freguesia. «Não foi a Somague que nos ocupou o terreno. Foi a Junta com uma escritura falsa de usucapião», lembrou Meireles, para quem é «evidente que tem de constar no acordo que aquele terreno era nosso e que o cedemos em contrapartida de obras de beneficiação no clube». Apesar de não revelar as contrapartidas acordadas, o socialista adiantou apenas tratar-se de obras que os dirigentes da colectividade consideram «benéficas» para o clube. «Quando tivermos esse acordo, vamos ao tribunal e retiramos a acção», prometeu.

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