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Poesia inspira peça musical

Vitor Casanova compôs “Oração” a partir de poema de Augusto Gil

«É um encontro profícuo de duas obras», explica Américo Rodrigues, a propósito da música de Vitor Casanova e da poesia de Augusto Gil que surgem interligadas na partitura “Oração”, apresentada na última segunda-feira pela Câmara da Guarda. Trata-se de uma composição para coro misto, violino, violoncelo, flauta e piano, que também é uma forma simbólica de «apoiar e reconhecer o trabalho deste autor», diz o animador cultural, uma vez que a partitura vai ser divulgada junto dos coros de todo o país.

A peça musical é inspirada num poema de Augusto Gil e foi composta em 1989, tendo sido recentemente revista com o intuito de ser publicada. A “Oração” nasce, assim, de um «encontro feliz», entre a obra musical de um compositor guardense com a poesia de Augusto Gil, que apesar ter nascido no Porto, veio muito novo para Guarda e é considerado guardense «por excelência», explica Vitor Casanova. O compositor conta ensaiar um dia as suas peças musicais, mas até lá espera que alguém se atreva a executar a sua partitura que garante ser «simples, mas com um bom resultado sonoro», afirma. Vitor Casanova explica ter escolhido Augusto Gil por ser um «poeta, por excelência, da Guarda, mas também pela vertente social que o poema apresenta e o mantém actual». Apesar do poema ser extenso, a partitura apresenta pequenos interlúdios musicais, há por isso, intencionalmente, «contrastes que estão ligadas à poesia», a qual reflecte sobre essa temática, nomeadamente as diferenças sociais. Vitor Casanova estudou música nos conservatórios da Covilhã, Castelo Branco, Porto e Lisboa, tendo concluído o Curso Superior de Composição. Foi professor no Conservatório da Covilhã e no Instituto Politécnico da Guarda durante vários anos. Actualmente é professor da Escola de Santa Clara e no Conservatório de Música da Guarda, da qual é co-fundador. No campo da direcção coral desenvolve há cerca de vinte anos actividades com o “Coral Pedras Vivas” da Guarda, e o Coral Polifónico de Vilar Formoso. Mas como o próprio autor afirma, a composição «sempre foi um vício», pois quanto «mais música crio mais viciado fico», sublinha.

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