A Guarda mantém-se no topo da região no que diz respeito ao índice de poder de compra per capita, revela o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) referente a 2011, divulgado na semana passada. No extremo oposto, o concelho de Fornos de Algodres é, pela primeira vez, o pior da região, atendendo aos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) desde 1993. No entanto, a tradição ainda é o que era e todos os municípios do distrito da Guarda e Cova da Beira voltaram a ficar abaixo da média nacional (100).
Fornos de Algodres até conseguiu melhorar o seu Indicador Per Capita (IpC) para 57,32 – mais 3,76 pontos que em 2009 –, mas as subidas de Aguiar da Beira, Mêda e Sabugal atiraram os fornenses para o fim da tabela, antecedidos pela Mêda (IpC de 57,89) e Pinhel (59,42). Ainda assim, este último é um dos concelhos a registar uma descida relativamente ao estudo anterior, divulgado há dois anos, apresentando uma quebra de 0,83, tal como acontece com a Covilhã (menos 0,04) e Figueira de Castelo Rodrigo (menos 6,15). Este município tinha sido a surpresa do EPCC relativo a 2009, altura em que alcançou a maior subida a nível nacional (mais 13,21). Já Aguiar da Beira, o pior do ano passado e um dos concelhos abaixo da média nacional até 2007, registou a maior subida de IpC a nível regional e o seu melhor resultado nestes estudos do INE com 61,58 IpC (mais 9,14 do que em 2009). Também Vila Nova de Foz Côa teve uma subida assinalável – mais 9,07 – e estreou-se nos municípios acima dos 60 IpC.
Por sua vez, numa análise por NUT III (unidades territoriais), a Cova da Beira continua a liderar na região com um IpC de 80,37, seguindo-se a Beira Interior Norte com 76,78 e a Serra da Estrela com 69,82. Apesar da região apresentar valores abaixo da média nacional, o IpC de 100 só é ultrapassado por 36 dos 308 municípios portugueses, menos três do que dois anos antes. Mesmo com uma quebra de 18,65 pontos, Lisboa continua a ser o concelho com poder de compra mais elevado, desta feita com um IpC de 216,9, mais do dobro da média nacional. Contas feitas, 56 por cento dos municípios registam valores de IpC inferiores a 75, sendo que sete dos municípios com valores mais baixos se encontram nas sub-regiões do Tâmega, Douro e Alto Trás-os-Montes e três na Região Autónoma da Madeira.
Há mais dois indicadores em análise no EPCC, sendo um deles a Percentagem de Poder de Compra (PCP), que tem em conta o peso do poder aquisitivo de cada concelho ou região no total do país. Aqui, nem a região nem nenhum dos seus municípios ultrapassam um ponto percentual. Por sua vez, no Fator Dinamismo Relativo (FDR), que se centra no contributo das movimentações sazonais, nomeadamente turísticas, a Guarda confirma a tendência de há dois anos e volta a apresentar valores negativos. Somente a Mêda, com 0,059, e Aguiar da Beira, com 0,017, estão em terreno positivo, sendo que a Guarda, que há quatro anos liderava a tabela, repete o resultado de 2009 e, embora com uma melhoria residual, volta a ficar no fundo da lista termos regionais, com -0,553, antecedida por Pinhel (-0,279) e Covilhã (-0,241).
Sara Quelhas