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Plataforma pede esclarecimentos sobre investimentos turísticos na Serra da Estrela

Associação ambientalista prefere investimentos na envolvente aos anunciados para o maciço central

A Plataforma para o Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela (PDSSE) quer esclarecimentos sobre os investimentos turísticos anunciados para a região nos próximos dois anos. «Estamos bastante preocupados em relação a áreas que do ponto de vista natural são importantes», disse José Maria Saraiva, vice-presidente da associação Amigos da Serra da Estrela (ASE) e membro da PDSSE.

Os investimentos anunciados para a requalificação do Covão da Ponte e do Covão da Ametade, bem como a construção de uma mini-cidade nas Penhas da Saúde com telecabines de ligação à Torre, são algumas das obras que a Plataforma quer ver explicadas. «Para além destes, gostaríamos que houvesse mais informação sobre a generalidade dos empreendimentos autorizados pelo Estado», acrescenta o dirigente. Os 20 empreendimentos turísticos em causa fazem parte do programa “Serra da Estrela Dinâmica”, a concretizar até 2008, orçado em 100 milhões de euros e autorizado na última semana pelo Instituto do Turismo. «A Plataforma apoia os investimentos feitos nas zonas urbanas em redor da Serra da Estrela» e defende que essa devia ser a opção. «É a partir dessas zonas que se deve oferecer a serra aos turistas», considera José Amoreira. Este elemento da PDSSE garante mesmo que o aldeamento de montanha anunciado para as Penhas da Saúde «não será o tipo de turismo que faça sentido na Serra da Estrela», já que prevê a concentração de milhares de pessoas, em permanência, a 1.500 metros de altitude, «numa montanha que não tem mais de dois mil».

Por outro lado, José Amoreira acha que é necessário «desmistificar a ideia de que o esqui é responsável por uma grande ocupação hoteleira. A serra não se esgota no esqui». Ainda assim, esta plataforma de vocação ambientalista não vê inconvenientes a que a Turistrela «rentabilize o actual perímetro da estância de esqui, mas tem que fazer estudos de impacto ambiental para quaisquer obras», defende José Maria Saraiva. Por outro lado, admitem a existência de telecabines de transporte para a Torre, mas só se for encerrada a estrada nacional para a Torre. «As telecabines têm de ser uma alternativa e não mais um acesso», defende. A PDSSE foi criada em Setembro e é constituída pelas associações Amigos da Serra da Estrela (ASE), Associação Distrital de Agricultores da Guarda (ADAG), Associação Desnível (Lisboa), QUERCUS, Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e Associação de Baldios de Viseu.

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