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PJ investiga suspeitas de pedofilia na Diocese de Coimbra

A Polícia Judiciária vai abrir uma investigação a eventuais casos de pedofilia na Igreja após a diocese de Coimbra ter divulgado a existência de suspeitas de abusos sobre menores por parte de um membro do clero.

Fonte da PJ disse à agência Lusa que o crime de abuso sexual de menores «é um crime público, que não depende de queixa», e que a Polícia Judiciária «vai iniciar uma investigação» ao caso.

Segundo a mesma fonte, até ao momento «não chegou qualquer denúncia» à Judiciária. O vigário geral da diocese de Coimbra apelou esta sexta-feira, em comunicado, à denúncia de situações «concretas» de pedofilia na Igreja, após terem surgido «suspeitas” da prática de abusos sobre menores “por um membro do clero».

«Somos conhecedores dessas suspeitas em alguns meios, amplamente eclesiásticos. Queremos acautelar a nossa total transparência», disse o padre Pedro Carlos Miranda, vigário geral da diocese de Coimbra.

Questionado sobre a divulgação do comunicado, Pedro Carlos Miranda argumentou que quando surgem suspeitas de abuso de menores, estas «são sempre disseminadas e por vezes pouco concretas», e que a diocese, no âmbito do direito canónico e de instruções nesse sentido quer da Santa Sé, quer da Conferência Episcopal Portuguesa, possui «meios próprios» de averiguação interna das denúncias.

«Antes que seja alguém a oferecer esse tema à divulgação pública, nomeadamente através dos grandes meios de comunicação social», frisou.

Pedro Carlos Miranda reconheceu, por outro lado, que a diocese ainda não comunicou as suspeitas que possui às autoridades policiais, nomeadamente à Polícia Judiciária: «Qualquer tipo de queixa que possa surgir, temos os próprios meios e regras internas para responsabilizar as pessoas», reafirmou.

No texto do comunicado, divulgado com um pedido para que «seja tornado público para o serviço do bem comum», alega-se que «em sintonia com o Papa Francisco, a preocupação pela segurança dos menores é uma prioridade para a Igreja».

Pede-se ainda «a quem tiver informações sobre situações concretas» que as dirija ao vigário geral, indicando o comunicado, para o efeito, o número de telemóvel, endereço de correio eletrónico e a morada da casa episcopal de Coimbra.

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