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PJ indicia agricultor por mais um caso de escravatura

Dono de uma propriedade próxima da Covilhã e familiares terão levado à força, pelo menos 12 pessoas, para trabalharem quintas em Espanha

A Polícia Judiciária (PJ) da Guarda concluiu mais uma investigação por tráfico de pessoas para trabalharem em quintas no país vizinho. Na quinta-feira, anunciou ter indiciado o dono de uma propriedade agrícola próxima da Covilhã pelos crimes de escravidão, sequestro, tráfico de pessoas e ofensas à integridade física graves e ameaças. O inquérito foi remetido ao Ministério Público com proposta de dedução de acusação.

Segundo um comunicado da PJ, a investigação começou no ano passado após uma das vítimas, de 45 anos, ter sido levada à força do hospital local, onde estava a ser assistida, por três indivíduos. O homem acabou por ser encontrado na referida quinta, mas, na altura, negou ter sido obrigado a deixar a unidade de saúde, «com receio das eventuais consequências». Posteriormente, a Judiciária conseguiu apurar que o seu patrão tinha sido um dos envolvidos, mas também que o mesmo proprietário agrícola levou, nos últimos dois anos, «pelo menos 12 pessoas» para várias quintas em Espanha, tarefa em que era ajudado por familiares. «Ali, as vítimas eram obrigadas a trabalhar de sol a sol, sem lhes pagar o salário prometido em Portugal. Além disso, todos viviam em condições humanamente degradantes, enquanto quem quisesse regressar era agredido e ameaçados», adiantou fonte da PJ. Esta é a terceira proposta de acusação remetida, este ano, pela Judiciária para o MP por este tipo de crimes.

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