Um cidadão ucraniano foi detido, na passada sexta-feira, pela Polícia Judiciária (PJ) da Guarda na posse de um verdadeiro arsenal na zona fronteiriça do concelho de Almeida, sendo suspeito de pertencer a um grupo ligado à criminalidade violenta dentro e fora do país.
Na operação foram apreendidas duas espingardas (de calibre 12 e 9 mm), armas transformadas, soqueiras, 42 detonadores, seis cartuchos de gelamonite, vários metros de fio condutor lento e mais de 300 munições. Segundo a PJ, tratou-se de uma «acção de prevenção baseada numa averiguação antiga do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Guarda, que tinha referenciado um grupo restrito de indivíduos há alguns anos». O coordenador do DIC acrescentou que a Judiciária está agora a «tentar definir os limites de actuação deste grupo», tanto em Portugal como em Espanha ou na Europa, pelo que já foram solicitadas informações às suas congéneres comunitárias.
Mário Bento adiantou que o detido, de 30 anos, «não está referenciado pelas autoridades» e reside em Portugal há sete anos, encontrando-se devidamente documentado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Ressalvou, no entanto, que face ao material apreendido, há «a presunção de que há algo de anormal nesta pessoa. Não serão crimes vulgares, mas sim da mais alta violência». Presente ao Tribunal da Guarda na manhã de sábado, o suspeito saiu em liberdade, tendo o juiz decretado a apreensão do seu passaporte. Ficou ainda sujeito a duas apresentações semanais no posto policial da sua área de residência e está proibido de sair do país ou dos limites do concelho de Almeida, além de não poder contactar com indivíduos que se dediquem à venda de armas.
