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PJ acusa dois de tráfico de pessoas e escravidão

Investigação começou em Agosto após a fuga de um jovem de 27 anos que foi levado à força para trabalhar numa exploração agrícola em Espanha

A Polícia Judiciária (PJ) da Guarda anunciou, segunda-feira, ter remetido ao Ministério Público, com proposta de acusação, o inquérito sobre os crimes de sequestro, tráfico de pessoas e escravidão, ocorridos em Espanha, de que estavam indiciados dois portugueses, de 33 e 48 anos de idade.

Segundo o Departamento de Investigação Criminal (DIC), o caso foi despoletado em Agosto do ano passado, após uma denúncia ter alertado a PJ para o facto de um homem de 27 anos ter sido transportado para Espanha «contra a sua vontade, com a finalidade da sua força de trabalho ser explorada numa exploração agrícola». Após as investigações, os factos apurados indiciam «fortemente que, no decurso desse ano, outros trabalhadores de nacionalidade portuguesa foram transportados para Espanha pelos arguidos». Fonte da PJ disse a O INTERIOR que, além do jovem, os suspeitos também levaram um casal da zona de Mangualde, de 53 e 55 anos, para a apanha da fruta. No entanto, o resultado era sempre o mesmo: «Trabalharem numa exploração agrícola, onde depois eram mantidos contra a sua vontade em condições infra-humanas, sem que lhes fosse paga qualquer retribuição», refere a Judiciária.

A investigação permitiu ainda apurar que os proprietários agrícolas, da zona de Logroño, contratavam serviços à tarefa aos arguidos e «não teriam qualquer conhecimento» da situação em que eram angariados e viviam os trabalhadores portugueses. A mesma fonte acrescentou que os dois suspeitos são sogro e genro, sendo que um deles reside na zona da Guarda e outro em Espanha.

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