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Pinto desafia Nascimento

Autarca covilhanense convida vereador socialista para presidir à comissão que vai escolher terreno do novo cemitério

O autarca covilhanense deu a “machadada final” no processo polémico do novo cemitério ao passar para o vereador socialista a “batata quente” de decidir o futuro terreno para o dito equipamento. Isto se Miguel Nascimento aceitar o desafio lançado por Carlos Pinto na última sexta-feira para presidir à comissão que vai estudar a localização do novo cemitério, cuja decisão final o vereador submeterá à «discussão com a comissão política do PS».

Carlos Pinto lançou o convite na última reunião do executivo após Nascimento ter criticado a forma como a comissão anterior conduziu o processo. «Foi um erro [a comissão] não ter reunido com os moradores», acusa, visto tratar-se de uma questão «muito séria que deve ser aprofundada ao máximo» e que «não se deve decidir de ânimo leve», reforça o vereador socialista. A consulta pública feita à população pela autarquia originou também críticas do único eleito do PS na Câmara. É que, segundo as contas da autarquia, apenas 80 pessoas responderam à carta enviada por Carlos Pinto, enquanto que os moradores dizem ter conhecimento da autarquia ter recebido «mais de 200 respostas». «Se foi feita uma consulta pública, é obrigatório revelar os números», aponta, ressalvando que embora «acredite» nas palavras da Câmara, quer ver «os resultados objectivos». Daí exigir «um trabalho sério» sobre o processo, ainda para mais quando duvida que «alguma coisa se passou para uma questão urgente se transformar numa questão menos urgente». A resposta de Nascimento ao «desafio» de Pinto só será conhecida na próxima reunião camarária, visto que o vereador quer saber se a opinião do PS. «Sempre aceitei os desafios que me colocaram, mas uma decisão destas depende da consulta do PS da Covilhã», sustenta. Seja qual for a escolha de Nascimento, este garante que não utilizará a questão do cemitério como «cavalo de batalha política contra o presidente da Câmara», pois o PS está com uma «perspectiva de seriedade» em relação ao concelho. Desta forma, Carlos Pinto relança a polémica à volta de um assunto que ficaria em “stand by” até 2005, altura em que a comissão composta pelo arquitecto Laia Rodrigues, os vereadores Joaquim Matias e João Esgalhado e o padre José Geraldes, entre outros, deverá apresentar um novo local para o equipamento. Recorde-se que há pouco mais de uma semana, o edil desistiu da localização na Corredoura, junto à Adega Cooperativa, por «não existir consenso» sobre o local e se poder utilizar o actual cemitério durante mais 12 ou 15 anos com a possibilidade de o alargar para um terreno adjacente e de se reutilizar cerca de 141 campas do final do século XIX.

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