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Pinhel e Gouveia com novos centros de Saúde

Luís Filipe Pereira assinou esta semana os contratos/programa que visam a construção de duas das cinco unidades previstas para o distrito da Guarda

Apesar de ter passado ao lado das situações mais problemáticas, Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde, veio a Pinhel e a Gouveia dar “luz verde” para a construção de dois novos centros de Saúde. A visita teve lugar na última terça-feira e serviu para o governante assinar os contratos/programa para adjudicação da construção das novas unidades de saúde, que serão uma realidade dentro de aproximadamente três anos.

A obra da “cidade falcão” vai custar 2,2 milhões de euros e será localizada junto ao actual edifício, num terreno oferecido pela autarquia. Luís Filipe Pereira considerou o novo equipamento «importante para a região e para Pinhel», afiançando que será terminado dentro dos prazos previstos, ou seja, nos primeiros meses de 2006. O papel da autarquia pinhelense neste processo também foi enaltecido pelo governante, sobretudo porque «nos chamou à atenção» e daí o Ministério da Saúde ter considerado Pinhel na «primeira linha das prioridades». Quanto às valências, o novo Centro de Saúde vai contar com as que possui actualmente à excepção da unidade de internamentos, como era a ambição do autarca António Ruas, que considera esta falha «penosa» porque, em termos de custos, «era muito mais baixo do que qualquer unidade hospitalar», garante. Ainda assim, o presidente da Câmara vai tentar resolver a lacuna através de um acordo com a Santa Casa da Misericórdia e da assinatura de protocolos com o Ministério da Saúde para «continuarmos a ter algum apoio em termos de internamento».

Melhor servido fica o concelho de Gouveia. O novo Centro de Saúde, que está orçado em mais de três milhões de euros e que nascerá num terreno também oferecido pela autarquia com 13.500 metros quadrados, terá uma unidade básica de urgência para internamento com 10 camas (Serviço de Atendimento Permanente) «facilmente» acessível por ambulâncias e entrada coberta. A nova estrutura terá ainda unidades de Apoio Geral, de Acesso, de Cuidados na Comunidade (serviço domiciliário), Operativa de Saúde Pública, de Saúde Familiar, de Administração e Direcção e ainda a secção de Meios Complementares de Diagnóstico. A abertura do concurso para a construção deve acontecer até ao final deste ano. A visita de Luís Filipe Pereira a Gouveia serviu ainda para apadrinhar a assinatura do protocolo de colaboração entre a Administração Regional de Saúde do Centro e a Associação de Beneficência Popular de Gouveia (ABPG), a quem pertence o edifício do Hospital de Nª Srª da Piedade onde actualmente funciona o Centro de Saúde. O documento tem como objectivos assegurar a disponibilização de áreas do edifício que acolhem o Internamento do Centro de Saúde da “cidade-jardim”, permitindo o início das obras de recuperação das instalações, e ainda assegurar a prestação de cuidados de saúde à população do concelho.

Assim, à ARS Centro cabe disponibilizar as instalações que se encontram em ruínas, permitindo que a ABPG comece as obras de recuperação e a transferência dos Serviços de Atendimento Permanente e dos Serviços de Internamento para o edifício recuperado, deixando livres as áreas então ocupadas. Já a ABPG deve manter a acessibilidade dos utentes a todos os serviços do Centro de Saúde sediados nas suas instalações durante a execução das obras de recuperação e criar as condições de segurança necessárias, bem como assegurar a manutenção das instalações ocupadas pelo Centro de Saúde, por meios próprios.

Surge assim mais uma unidade de saúde fruto de uma parceria público/privado que permitirá a Gouveia ser um «pólo de prestação de cuidados de saúde a vários níveis», realçou o autarca Álvaro Amaro, que já sonha em ter um serviço de Cardiologia. Também Luís Filipe Pereira considerou o protocolo como «bom exemplo» do que deve acontecer em todo o país, afiançando que os hospitais de iniciativa privada continuarão a ser gratuitos, abertos e generalizados a toda a população. Embora afirme que os investimentos no interior «não tenham sido como desejaríamos», o ministro lança o apelo ao Estado para que «use esta realidade de Gouveia», que espelha a linha de futuro em termos de saúde: a união da actuação do Estado com os recursos locais, entre eles as misericórdias e as associações de beneficência.

Rita Lopes

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