A estratégia que vai envolver o projecto do PETUR – Plano Estratégico de Turismo da Serra da Estrela está praticamente concluída e espera apenas a aprovação dos ministérios que tutelam o sector para ser colocada em prática. O coordenador Pedro Guedes de Carvalho revela a “O Interior” que algumas conclusões «já estão prontas», mas aguardam por uma reunião com os governantes ligados a este projecto para averiguarem a sua viabilidade e poder trazê-las a público.
Até Dezembro deve ficar «tudo concluído», incluindo o plano de “marketing”, o estudo de imagem e outros pormenores para que o PETUR seja uma realidade. Mas resta também saber o que pensa o Governo acerca da operacionalidade de alguns projectos, nomeadamente da central de reservas para hotelaria e restauração, na qual só figurarão os estabelecimentos com qualidade, para além da alteração à forma como o comércio está a ser explorado nas “zonas-chave” da serra, como a Torre e o Sabugueiro, e a modificação da imagem interna e externa da Estrela. Questões que devem ficar esclarecidas até ao final deste mês, espera Pedro Guedes de Carvalho, para que o plano possa ser implementado até ao final do ano. Por enquanto, a equipa do PETUR ainda não pode concretizar nenhuma das suas pretensões, mas está apostada em realizar conferências e debates públicos para esclarecimento de situações que interessam às pessoas que habitam na zona abrangida por este plano estratégico de turismo. Para 25 de Outubro está marcado um colóquio sobre “Certificação de Qualidade” ao nível do turismo, hotelaria e produtos regionais.
Através de um caso prático de certificação de turismo rural, os empresários e demais interessados vão poder esclarecer dúvidas sobre o «moroso e burocrático» processo da certificação. Mas outras iniciativas do género virão, porque «o turismo é uma coisa lenta, há muito que fazer sobretudo ao nível das pessoas», conclui Pedro Guedes de Carvalho. Recorde-se que umas das pretensões do PETUR, que abrange dez municípios abrangidos pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela, é criar um Observatório da Procura Turística em hotéis e restaurantes da região para analisar mensalmente que tipo de turistas os frequentam. Outra das ideias avançadas por cerca de três dezenas de empresários do sector é a criação de uma central de reservas para hotelaria e restauração. No terreno está já a realização de uma campanha de “marketing” sobre a identidade da Serra da Estrela em todas as escolas preparatórias e secundárias da região. O objectivo é sensibilizar os jovens para as potencialidades da montanha e transformá-los nos «futuros agentes de divulgação das iniciativas que vierem a ser realizadas na região», explica o professor de Economia da Universidade da Beira Interior, para quem as pessoas conhecem «muito mal» a Estrela.
Rita Lopes