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Petição quer reduzir custos energéticos no distrito da Guarda

As baixas temperaturas caraterísticas da região nesta época do ano motivaram a criação de um abaixo-assinado na Internet que defende uma redução de 30 por cento nas tarifas do gás e da eletricidade. O objetivo é levar o assunto à Assembleia da República.

Estava um frio «insuportável» quando Gisela Fernandes se sentou em frente ao computador para assinar uma petição pública. O momento reacendeu uma ideia que já tem alguns anos e ganhou força em conversas com amigos: a necessidade de um “desconto” nos custos energéticos para os residentes na Guarda. Daí a criar uma petição com esse objetivo foi um passo.

Criado no dia 25, o “abaixo-assinado virtual” reuniu mais de mil assinaturas nos primeiros quatro dias [na terça-feira tinha 1.558]. «A Guarda merece uma atenção especial, pois temos sido alvo de temperaturas baixíssimas», considera Gisela Fernandes a O INTERIOR. Ao longo da última semana, a guardense conheceu a realidade de outras casas e não tem dúvidas de que esta é uma preocupação comum a quem reside no distrito: «Há muitas pessoas a declarar que é impossível ter um ambiente confortável, pois implicaria gastos elevados e não há dinheiro para isso», adianta a professora assistente convidada da Universidade da Beira Interior (UBI). No entanto, a primeira subscritora acredita que as entidades competentes já repararam na situação, «mas, como lucram com isso, nunca lhes terá interessado apresentar alternativas».

A petição pede uma redução de 30 por cento nos custos do gás e da eletricidade, mas, na opinião de Gisela Fernandes e de alguns assinantes, até podia ser de 40 ou 50 por cento. «Se quem analisasse a petição não conhecesse a realidade climatérica da Guarda iria achar demasiado e corríamos o risco de não levar a ideia adiante», argumenta. O objetivo é atingir as cinco mil assinaturas e levar o caso à Assembleia da República: «Os argumentos são bem reais, por isso mais do que suficientes para merecermos atenção e sermos bem-sucedidos», sublinha a docente. Ainda assim, nem todas as assinaturas recolhidas até ao momento contam: «Em muitas apenas consta o primeiro e último nome ou, com a rede social, ficam nomes como Mmaria ou Airam – essas assinaturas não são válidas», alerta Gisela Fernandes, sublinhando que os interessados devem «inserir o nome como consta no BI e fazê-lo através do email e não do Facebook».

Quem já assinou foi Paula Peixoto. A residir na Guarda, a subscritora afirma que, para se sentir confortável, tem de ter o aquecimento ligado «e nestes meses gasto muita energia elétrica». A resposta está na poupança: «Ligo apenas o aquecimento quando chego a casa e pouco tempo, se não a fatura “dispara”», refere. Também Helena Antunes, que mora em Ervas Tenras (Pinhel), tenta reduzir os custos no inverno: «Racionaliza-se o tempo que os equipamentos estão ligados e não se colocam no máximo», disse a pinhelense a O INTERIOR. A signatária juntou-se ao movimento online devido ao «preço excessivamente alto da luz e do gás, havendo no inverno a necessidade de aquecedores sempre ligados», justifica. Pode encontrar a petição em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT71597.

Sara Quelhas

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