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Penacano

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Penacano é “água del cano” engarrafada em plásticos do Luso ou de Penacova. Serve-se bem com o pão da véspera e a broa rija. A refeição fora de prazo é um ato rebelde e a luta por reutilizar as garrafas de plástico com água de cidade é uma prática altamente revolucionária. Não comprar água industrializada é uma luta que agradaria aos primeiros revolucionários. Contra as empresas que mandam na água. Mas não vimos a esse propósito.

A água da torneira vem com a ciência da saúde pública e acarreta benefícios inegáveis para a população. Não brota de fontanários, nem jorra de aquíferos talvez tratados ou mal avaliados. Se mandar os seus filhos à fonte pode estar a “manda-los à merda” porque há por aí fontes onde a infestação da água por pocilgas e outros produtores é altamente provável. Se beber “água del cano” está no domínio da entrega doseada de cálcio, de flúor, de iodo, carregando produtos que melhoram as nossas vidas e nos protegem de doenças. O uso de água canalizada acabou com o bócio endémico, reduziu a números ínfimos a cárie dentária das crianças, melhorou a entrada de cálcio nas populações. Com uma garrafinha de Penacano ou Lusocano está a oferecer radioso futuro aos seus meninos. Não vou com isto dizer mal das águas de Luso e Penacova até porque essas duas terras lindas têm uma água maravilhosa – sem sabor, sem cheiro e sem cor – água, portanto. Instigaria até que visitassem mais estas zonas onde há espaços verdes lindos, que lá pernoitassem e usufruíssem da oferta hoteleira e de restauração. Sobre água tenho de aqui esclarecer que é melhor a água do lavatório que muita água que graça solta por aí. As fábricas e empresas que produzem milhões de garrafas de água claro que são vistoriadas e fiscalizam seu produto. É um produto de qualidade e por vezes mais caro que a gasolina. Fundamental é perceber que a ciência da saúde pública se concentrou nesta dádiva dos Estados às populações que é a torneira a deitar maravilhas. Não abusem da sorte e não se esqueçam de a poupar.

Por: Diogo Cabrita

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