Pedro Farromba, atual vice-presidente da Câmara da Covilhã eleito pelo PSD e militante “laranja”, deverá ser candidato nas autárquicas do próximo ano, mas numa lista independente. Um movimento criado recentemente vai concorrer ao município, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia, assumindo divergências com a concelhia do PSD, cujo presidente vê este cenário com «muita perplexidade».
Paulo Rosa, vereador da maioria social-democrata, explicou a O INTERIOR que o movimento «surgiu com naturalidade» e é composto por «um conjunto de pessoas que não se revê nas posições que a concelhia tem adotado». Trata-se de presidentes de Junta, deputados da Assembleia Municipal e militantes, que «se preocupam com a cidade e o concelho e não podíamos ficar de braços cruzados perante o que se estava a passar». O vereador sublinha que este movimento se revê «no projeto em curso», liderado há quatro mandatos por Carlos Pinto – um dos principais apoiantes e protagonistas desta candidatura. Paulo Rosa assume que não é o «porta-voz» do movimento e que não está «mandatado nem por nada, nem por ninguém», mas sustenta que «chegou o tempo de falar». Contudo, o vereador recusa-se a revelar mais nomes ligados ao movimento, frisando que «o tempo e o calendário definido o revelarão».
O autarca assegura que vão concorrer a «todos os órgãos e a todas as Juntas», sendo que o candidato à Câmara «será revelado na primeira semana de dezembro e antes será tornado público o manifesto político aos cidadãos da Covilhã», disse apenas. De resto, questionado se Pedro Farromba pode ser o rosto da candidatura ao município, o seu atual colega de vereação apenas responde que «é um entre outros nomes», assumindo que é «uma possibilidade». Contactado por O INTERIOR, o vice-presidente da Câmara confirma que esteve presente num jantar «amplamente participado» com presidentes de junta e ficou «bastante sensibilizado» com o que foi discutido. Pedro Farromba admite estar «expectante sobre o que vai acontecer» e que, «em breve», anunciará a sua posição: «Como se costuma dizer, não confirmo nem desminto que possa vir a ser o cabeça-de-lista deste movimento» à Câmara da Covilhã.
Descontente com o facto de militantes poderem concorrer como independentes aos órgãos autárquicos ficou o presidente da concelhia do PSD, segundo o qual a secção que lidera tem «feito de tudo para haver consonância de ações» e tem tentado desde maio «estabelecer diálogo» com os eleitos e com o presidente da Câmara, mas «todas as tentativas de contacto foram infrutíferas». Por isso, Francisco Castelo Branco não vê «razão» para haver divergências, pedindo «respeito pelos órgãos eleitos pelos militantes». Lamenta também que haja quem «não aceite os resultados e faça contra poder fora do partido». O líder concelhio assume que vê o que se está a passar com «muita perplexidade» e critica por não ter havido «qualquer contacto prévio com a estrutura local do PSD, nem a procura de qualquer entendimento».
Questionado se o surgimento deste movimento independente veio “baralhar” as contas do PSD para encontrar candidatos, o presidente da concelhia diz não saber «ainda que nomes é que fazem parte dessas listas, apenas sei do vereador Paulo Rosa». Francisco Castelo Branco adianta, por outro lado, que a concelhia não tem «ainda um timing especificado» para anunciar o seu candidato à Câmara, mas garante que o mesmo deverá ser conhecido até ao final de dezembro.
Vítor Pereira foi confirmado como o candidato do PS
Entretanto, Vítor Pereira foi confirmado como o candidato do PS à Câmara da Covilhã. O prazo de apresentação de candidatos terminou no início desta semana e o vereador foi o único a formalizar a candidatura na concelhia. O seu nome já foi comunicado aos órgãos distritais e nacionais do partido, que deverão dar luz verde. Atual vereador na autarquia, advogado e ex-deputado na Assembleia da República, Vítor Pereira foi o candidato do PS nas autárquicas de 2005 e 2009, tendo perdido ambas para o social-democrata Carlos Pinto.
Ricardo Cordeiro 
