Paulo Rangel promete lutar no Parlamento Europeu (PE) pela criação do estatuto da interioridade para as regiões mais desfavorecidas do país, como a Guarda, semelhante ao das regiões ultraperiféricas, e por um programa europeu de natalidade.
O cabeça de lista da coligação Aliança Portugal esteve segunda-feira na cidade mais alta, no primeiro dia campanha para as europeias. Com ele, os candidatos Nuno Melo (CDS) e Fernando Ruas (ex-presidente da Câmara de Viseu) visitaram a Coficab, o IPG e participaram num encontro com a imprensa local numa Praça Velha deserta. Paulo começou por recordar o papel dos eurodeputados do PSD e CDS para assegurar a coesão territorial do país. «Contribuímos muito para diminuir os fundos comunitários para o litoral e Lisboa e aumentar em cerca de 20 por cento as verbas para as regiões centro e norte», disse o candidato, para quem também é preciso fixar pessoas. Para isso, revelou que os eleitos da coligação vão defender a implementação de um programa europeu de natalidade semelhante ao que fizeram os países nórdicos. «Trata-se de disponibilizar fundos próprios para políticas que fomentem a natalidade e dar condições de carreira aos pais», explicitou.
Segundo Paulo Rangel, o problema da queda da natalidade em Portugal não tem «uma solução nacional por falta de recursos do país». Outro objetivo da lista PSD/CDS é criar o estatuto da interioridade, em que regiões como a da Guarda serão equiparadas às regiões ultraperiféricas e beneficiarão de um «tratamento especial nos fundos comunitários». O eurodeputado disse ainda que a Aliança Portugal vai também propor medidas de apoio à reindustrialização do país. «O novo quadro comunitário está essencialmente virado para as PME’s exportadoras e competitivas, pelo que esta será a oportunidade para inverter a situação que se vive nesta região», declarou Paulo Rangel.
Seguiu-se uma arruada pouco concorrida pelo centro da cidade e um almoço com apoiantes, onde o cabeça de lista apontou baterias aos socialistas. «Se há alguém que fez o maior ataque ao Estado social após o 25 de abril foram os governos do PS [de Guterres e Sócrates], que conduziram o país à banca rota e não têm o mínimo de consideração pelos portugueses». Nesta passagem pela Guarda, Paulo Rangel disse-se preocupado com a abstenção, um fenómeno que atribuiu a «um certo desencanto» dos portugueses com a política.
Luis Martins