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Paulo Portas de luto na Guarda

Morte de Irmã Lúcia motivou cancelamento do comício-jantar do CDS-PP

Redundou numa enorme frustração o comício-jantar do CDS-PP realizado na Guarda no passado domingo. Cerca de centena e meia de militantes e simpatizantes esperaram mais de duas horas no Hotel de Turismo para verem Paulo Portas anunciar o cancelamento da campanha dos centristas devido à morte da Irmã Lúcia. Só depois pôde começar o jantar, pelo qual alguns dos presentes já desesperavam. A política, essa, ficou para outra oportunidade.

O cenário até estava composto, já que alguns dirigentes e militantes de Viseu também marcaram presença na Guarda. Tudo em vão pelos vistos, pois cerca das 22 horas o presidente do CDS-PP entrou na sala muito consternado e ostentando uma gravata preta, em sinal de luto pela morte da vidente de Fátima. Fez-se silêncio e Paulo Portas leu uma pequena intervenção em que prestou homenagem àquela que considerou uma figura ímpar do século XX português. «Os portugueses, e em especial os católicos, receberam hoje a notícia da morte da Irmã Lúcia. É uma grande figura na história da Igreja, está no coração dos portugueses como uma grande figura religiosa e espiritual de Portugal», disse. O presidente dos centristas anunciou depois o cancelamento das actividades de campanha durante dois dias: «Porque a devoção pelos pastorinhos e a mensagem de Fátima são uma referência inescapável da mundividência cristã e porque a importância de Fátima na identidade de Portugal é não só partilhada por milhões de portugueses com fé, como profundamente respeitada por mulheres e homens de outras confissões ou sem fé, entendemos que neste momento prevalece a inclinação de todos nós pela memória da Irmã Lúcia. Em forma de respeito e recolhimento, cancelamos todas as actividades da campanha nos próximos dois dias. É o que devemos à nossa consciência e o que nos pede o coração», concluiu, antes de pedir aos presentes que o acompanhassem num minuto de silêncio. Assim aconteceu, sob orientação de um dos assessores do líder do CDS-PP. Paulo Portas despediu-se depois, pedindo desculpas mesa a mesa, e subiu para o recolhimento do seu quarto.

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