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Patrão convida Roquette a vir à Estrela

As declarações de José Roquette ecoaram mal na Beira Interior, tendo Jorge Patrão enviado imediatamente uma carta ao secretário de Estado do Turismo para que «fizesse cumprir» o contrato que levou o Grupo Pestana a ganhar a Enatur e onde está incluída a gestão do Sanatório como Pousada de Portugal. Na mesma missiva, o presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) lamentou ainda que «pobre país em que os privados concorrem a bens públicos e logo os destroem», considerando «inaceitável» esta atitude. Uma cópia desta carta foi também enviada ao presidente do Pestana Pousadas e ao responsável da Enatur, uma vez que «não é ao Grupo Pestana que cabe a adjudicação dos projectos, mas à Enatur», cuja maioria é detida pelo Estado.

Trata-se de uma «mera pressão política sobre o Governo para nós inaceitável», diz Patrão, que no dia seguinte recebeu uma resposta de Roquette, garantindo que o Grupo Pestana «honra os compromissos que assume, com rigor e transparência, mas também com sentido de responsabilidade e realismo». O responsável sublinhou ainda na mesma carta que «o plano de expansão de novas pousadas é gerido pela Enatur, mas sendo o Grupo accionista da empresa, consideramos ter o direito de avaliar e o dever de sugerir soluções equilibradas para os planos de desenvolvimento». Uma afirmação que levou Jorge Patrão a convidar José Roquette a visitar a zona serrana para conhecer a «transformação total que actualmente ocorre nesta área em termos de turismo, neve e animação» e que representa um investimento global superior a 250 milhões de euros. Patrão diz que por agora o assunto está resolvido e que tudo volta «à estaca zero», confiante que a Enatur adjudique o projecto da Pousada da Serra da Estrela, estando apenas a aguardar o relatório das empresas concorrentes. «A única discussão é cumprir o que está acordado no contrato e isso tem que acontecer», tanto na Covilhã como em Linhares da Beira, realça o presidente da RTSE, lamentando que quem perde é o interior do país, desde Trás-os-Montes ao Alto Alentejo, onde ainda existem pousadas do tempo do Salazar que «deviam ser mantidas». No entanto, Patrão quer saber «onde vai ser aplicado» o capital resultante da venda destas pousadas.

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