Os partidos políticos portugueses estão no “top 5″das organizações partidárias com mais rendimentos da Europa, tendo em conta a riqueza dos países, e dos que mais dinheiro público recebem, avança a edição de hoje do Diário de Notícias. Um estudo publicado na revista académica britânica “Party Politics” mostra que Portugal está em terceiro lugar numa lista de 19 países (16 europeus + Austrália, Canadá e Israel) no que diz respeito ao seu rendimento face ao Produto Interno Bruto (PIB). Só os partidos espanhóis e os checos têm rendimentos mais elevados face ao PIB.
Os seis partidos portugueses com representação parlamentar que foram alvo deste estudo, cuja responsável no nosso país foi a politóloga Marina Costa Lobo, são também dos que recebem uma percentagem mais elevada de dinheiros do Estado (ver tabela ao lado) estando entre os cinco mais apoiados pelos dinheiros públicos. Portugal está em quinto lugar, a seguir à Bélgica, à Áustria, a Israel e à Hungria que é o país onde os partidos têm 81 por cento de subvenção estatal no seu rendimento. Portugal tem 74 por cento.
Os autores da investigação fizeram todas as contas e a conclusão é elucidativa do estado da arte: «confirma-se a tendência já verificada em estudos anteriores: o declínio do número de militantes, mas um reforço dos recursos financeiros e dos funcionários pagos nos partidos».
A questão do financiamento partidário tem estado no centro do debate político com dirigentes dos do PSD e do PS a defenderem o fim dos cortes impostos desde 2013, de 10 por cento na subvenção estatal à atividade corrente dos partidos e de 20 por cento às campanhas eleitorais. No entanto ontem ao final da tarde, o PSD veio anunciar que vai propor uma alteração à lei do financiamento partidário para tornar definitivos os cortes «provisórios».