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Parque eólico de Lagar-Pingulinha deverá produzir energia em meados de 2007

Projecto inovador no concelho de Trancoso promete abastecer cerca de 40 mil habitantes

Durante a Primavera de 2007, as seis torres do Parque Eólico de Lagar-Pingulinha, no concelho de Trancoso, deverão conseguir a primeira produção de energia. Esta é a vontade demonstrada pelo grupo Generg e a data apontada por João Bártolo, presidente da Comissão Executiva daquele grupo, que apresentou terça-feira, no auditório do Pavilhão Multiusos de Trancoso, os contornos deste projecto inovador.

Apesar desta ambição estar plenamente delineada pela Generg, João Bártolo considera que só a dependência da rede eléctrica pode condicionar o planeamento, esperando que em 2007 «tenhamos produção para lhe entregar». Com um investimento global que oscila entre os 30 e os 35 milhões de euros, este parque, com uma potência total de 28 MW, colocará o concelho de Trancoso «no centro do mundo como todo o mundo», refere o responsável, adiantando que a região vai fazer parte de um «projecto global». Em termos numéricos, o aproveitamento de Lagar-Pingulinha terá uma produção total que irá dos 66 aos 76 GWh de energia, abastecendo uma população com cerca de 40 mil habitantes. Segundo a Generg, este parque produzirá energia suficiente para suprir as necessidades do concelho, evitando cerca de 44 mil toneladas/ano de CO2 e aproximadamente 25 mil toneladas/ano de fuel. No que diz respeito à solução eléctrica, o aproveitamento prevê a construção de uma linha aérea para transporte de energia até à subestação de Chafariz. Uma intervenção que está em fase final de adjudicação, prevendo-se que o início da construção tenha lugar em 2006.

Quanto ao calendário de realização do empreendimento, a licença de estabelecimento decorre até ao final deste mês; o projecto do ramal de ligação eléctrica ocorrerá entre Junho e Dezembro próximo; a construção da linha eléctrica está prevista para a primeira metade de 2006; o concurso para a construção do parque decorrerá durante o Verão de 2006; o início de construção está agendado para o último trimestre de 2006; e, por fim, prevê-se o início da produção para a Primavera de 2007.

Entretanto, a Generg já obteve a licença de estabelecimento emitida pelo Ministério da Economia e Inovação. Porém, o Sistema Eléctrico Público só permite tecnicamente a ligação a partir de 2007, pelo que se prevê que no próximo ano sejam iniciados os trabalhos de construção da linha eléctrica e adjudicado o concurso para a construção do parque. Relativamente à sensibilidade ambiental de Lagar-Pingulinha, a Generg refere que o espaço não abrange áreas de reserva ou parque natural.

João Bártolo mostra-se satisfeito com a implantação deste projecto numa altura em que a energia renovável é tida como elemento fundamental da sociedade moderna, como «o sangue da nossa civilização», sublinha. Para este responsável, Trancoso encontra-se «no centro de uma problemática global», num tempo em que os problemas energéticos e a falta de matéria-prima preocupam cada vez mais as sociedades. Além disso há que destacar a dinamização de sectores importantes da economia portuguesa ligados a estes projectos, sobretudo os benefícios para os proprietários dos terrenos e as contrapartidas pagas às Juntas de Freguesia e Câmaras. Neste caso concreto, as Juntas de Castanheira, Sebadelhe da Serra e Terrenho vão receber cerca de 350 mil euros (de uma só vez à data do início de construção), enquanto a renda anual paga à Câmara de Trancoso está fixada nos 140 mil euros e a renda anual paga às Juntas e baldios chega aos 105 mil euros, a dividir pelas freguesias abrangidas.

Rita Lopes

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