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«Parece que se está a querer ficar igual à Grécia, de propósito»

Manuela Ferreira Leite faz duras críticas ao Governo e ao ministro das Finanças por causa das novas medidas de austeridade

Manuela Ferreira Leite considera que «só por teimosia é que se pode insistir numa receita que já se viu que não cumpre os seus objetivos» e que «parece que se está a querer ficar igual à Grécia, de propósito».

Numa entrevista à TVI24, ontem à noite, a antiga ministra das Finanças não poupou críticas às novas medidas de austeridade anunciadas terça-feira por Vítor Gaspar, que também foi o alvo da contestação. «Senti-me como na União Soviética de outros tempos. O ministro das Finanças a gerir a tesouraria das empresas privadas? Isso existe onde?», declarou a ex-presidente do PSD, para quem «as novas medidas de austeridade são uma brutalidade».

«Não só não se atingem os objetivos, como o país chega ao fim destroçado. A consolidação orçamental não se consegue sem crescimento, nem investimento», sublinhou, lamentando que haja «teimosia em aplicar uma receita que toda a gente já viu que não resulta». Sem contemplações, Manuela Ferreira Leite acrescentou que «o que está a faltar é o bom senso e a prudência» e avisou que «o aumento da Taxa Social Única aplicada aos trabalhadores vai aumentar dramaticamente o desemprego, já que os trabalhadores vão financiar empresas que podem falir».

A antiga conselheira do Presidente da República desafiou ainda os deputados do seu partido a votarem o Orçamento de Estado para 2013 «em consciência», fazendo «aquilo que devem fazer para tentar inverter a orientação política que tem estado a ser seguida. Estou à espera de ver como vão reagir os deputados. Estou para ver se votam a favor, se votam contra, se aceitam tudo». De resto, Manuela Ferreira Leite surpreendeu tudo e todos ao revelar que ainda não decidiu se vai à manifestação de sábado contra as medidas de austeridade.

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