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Parcerias desiste em Figueira

Candidato independente, apoiado pelo CDS, não quis ser misturado com candidaturas de «baixo nível»

José Parcerias já não é candidato à Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo. O presidente da Junta de Escarigo, que concorria como independente nas listas do CDS-PP, desistiu da corrida na passada terça-feira, último dia para a entrega das listas. À entrada do tribunal, foi um José Parcerias desiludido com o nível da política local que anunciou a sua renúncia. «Não continuo para não entrar na política do vale tudo e sermos misturados com candidaturas de baixo nível», afirmou, dizendo-se preocupado com «as proporções que isto está a tomar em Figueira».

Recusando-se a adiantar mais pormenores, o ex-candidato do CDS sai de «consciência tranquila» e com o acordo «e compreensão» do partido que tinha resolvido apostar nele. «É uma desistência muito pacífica», garante. E certifica que estava em condições de apresentar listas à Câmara, à Assembleia Municipal e em 11 freguesias, mas que o concelho «ainda não está preparado» para ouvir as suas propostas, «que se prendem essencialmente com a melhoria da qualidade de vida das pessoas». Na sua opinião, o problema é que o nível das restantes candidaturas é «tão baixo» que corria o risco de ser considerado como «mais um que quer um tacho ou que vai dar emprego a alguém». Mais uma vez, Parcerias não identifica ninguém, embora deixe transparecer que a lista do PS era o seu principal adversário nesta corrida eleitoral. Nada de novo. Este militante do PS foi preterido à última da hora pela concelhia para liderar a candidatura socialista à Câmara figueirense, pelo que avançou como independente com o apoio do CDS. Contudo, o caminho não foi fácil. «Houve muitas dificuldades para criar listas com gente de muita qualidade. Faltou-nos uma estrutura no terreno, até para evitar determinadas pressões de certas pessoas sobre apoiantes e candidatos nossos. Pelos vistos, a confiança nas pessoas não bastou», lamenta, recordando que a Câmara é a principal empregadora do concelho.

«A promessa do emprego foi uma política que não quis fazer, ao contrário dos meus adversários», acrescenta o presidente da Junta de Escarigo, ironizando com o facto dos contribuintes pouparem qualquer coisa como 56 mil euros com a desistência da sua lista. «O futuro para as autarquias são as candidaturas independentes e não os politiqueiros», insiste, considerando que o próximo presidente de Câmara vai ter que explicar «por que é que muitas coisas vão acabar». Caso do fim anunciado do tribunal local ou da fusão das freguesias com menos de 500 habitantes. Quanto ao seu futuro, só o revelará após as autárquicas.

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