É o primeiro desfile das Forças Armadas desde o 25 de abril num local usado pelo Estado Novo para homenagear os combatentes do Ultramar.
Amanhã, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, o Terreiro do Paço volta a receber uma parada militar com a participação de militares dos três ramos das Forças Armadas.
De acordo como o semanário “Sol”, o local foi escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa e não fica imune a revivalismos históricos. Em pleno Estado Novo – quando, além do dia de Portugal e de Camões, se assinalava o Dia da Raça -, era ali que António de Oliveira Salazar recebia e homenageava os combatentes do Ultramar e respetivas famílias (em muitos casos, estavam apenas as famílias dos militares que morreram em combate).
Cavaco Silva já tinha colado as cerimónias militares ao 10 de Junho, mas de forma itinerante, correndo o país, e Marcelo traz agora a celebração do Dia de Portugal para a beira-Tejo.
Depois desta cerimónia, o Presidente da República ruma a Paris, onde prosseguem as comemorações com as habituais condecorações de várias personalidades. Este ano, Marcelo Rebelo de Sousa optou por fazer deste dia uma homenagem aos portugueses comuns e anónimos ao condecorar a Margarida Sousa, a porteira que ajudou as vítimas do atentado no Bataclan, em novembro do ano passado. Mas também José e Manuela Gonçalves e Natália Teixeira Syed que fizeram o mesmo.
As restantes distinções são feitas no sábado, em Champigny. O PR vai distinguir dois autarcas (um deles a título póstumo), um provedor da Santa Casa da Misericórdia, um escultor e um fotógrafo – Gérald Bolcourt, de 89 anos, que dedicou toda a vida a registar a vida dos emigrantes portugueses em França.