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Para onde vai o meu País?

Passada que já está (quase) a questão do aborto, eis que nos deparamos novamente com outras de grande importância para a saúde pública. Falo do fumo que somos obrigados a respirar para assim garantirmos os direitos aos fumadores.

Mas como é possível falar em direitos quando, em contrapartida, está implicada a saúde de todos aqueles que, em consciência, vêm protestando por um direito que também lhes pertence, o de defender a sua saúde e a dos seus semelhantes. Chego à conclusão de que, apelando para os direitos, jamais chegaremos a lugar algum. Ouvi há dias uma entrevista radiofónica sobre uma petição que vai dar entrada na Assembleia da República dentro de dias com mais de quatro mil assinaturas. As tentativas e diligências de bem intencionados são várias, mas, como sempre, a força do poder (do capital, neste caso) é maior do que qualquer consciência. Tanto se poupa, reduzindo as despesas na saúde, tanto se sobrecarregam os mais necessitados com mais taxas, mais impostos, mas ir ao fundo das questões, ao interesse nacional para o bem estar e saúde das populações, é difícil de pôr em prática.

Para que os portugueses se envaideçam por pertencer à UE são necessários muito sacrifícios. Deixámos de ser um povo de agricultores e marinheiros. Não vale a pena! Trabalhamos para os chineses por sermos um povo que trabalha auferindo baixos salários. Foram feitas várias correcções sobre este tema, mas o resultado final depreende-se nos nossos portos onde, em tempos idos, eram descarregadas mercadorias preciosas e hoje em dia, e cada vez mais, aportam à nossa costa barcos carregados de droga.

Um senhor resolve sair da CP. Recebe milhões e, para regressar, volta a receber milhões. Na justiça: no último “Prós e Contras” ouvi juízes a recriminarem-se publicamente.

Na reforma da função pública: seria uma honra pertencer a um País, cujos dirigentes, perante uma reforma destas, tivessem a coragem de começar pelo topo. E aí sim!! Respeitando o povo e os sacrifícios pedidos, que tivessem os seus vencimentos reduzidos de forma razoável ou, pelo menos, não aumentados da forma escandalosa como foram. As centenas de elementos do Governo, das grandes empresas que, além dos chorudos vencimentos, ainda acumulam tantas e tantas ajudas, como carros topo de gama, combustíveis gratuitos, telemóveis e outras benesses que o povo desconhece.

No tempo da II Guerra Mundial, o rei Jorge VI de Inglaterra, pai da actual rainha, perante a situação que se atravessava, impôs o racionamento no palácio real. Essa atitude foi louvada pelos cidadãos como prova de grande fraternidade de um rei pelo seu povo. Porque será tão difícil seguir os bons exemplos? Porque continuamos a ser um povo de brandos costumes?

Zelinda Rente, Freches (Trancoso)

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