Arquivo

Para onde caminha este país?

Em Portugal, no 1º semestre de 2014, nasceram menos 696 crianças do que em igual período de 2013, segundo dados da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética.

Neste semestre – janeiro a junho – nasceram 39.320 bebés contra os 40.025 de 2013. Portugal já é o país da União Europeia com a mais baixa taxa de natalidade, sendo que em 2013 a taxa bruta de natalidade foi de 7,9 crianças por mil habitantes, tendo-se registado neste ano o mínimo histórico de nascimentos – 82.787. E em 2014, onde ficará esta razia?

Disseram-me há dias que numa freguesia do concelho da Covilhã tinham falecido 57 pessoas e nascido apenas 3!!! Isto é um espelho com uma realidade ampliada do que se passa há já alguns anos em Portugal onde o número de óbitos é superior ao de nascimentos, fazendo com que a população nacional fique cada vez mais envelhecida.

Para haver substituição de gerações é necessário que nasçam, em média, 2,1 filhos por cada mulher, e o nosso país tem um índice de fecundidade de apenas 1,3 filhos por mulher, isto para além da idade média das mães no nascimento dos filhos, que em 2011 era de 30,9 anos, contra os 27,1 anos de 1990.

Com a diminuição permanente dos nascimentos, com a acentuada redução das imigrantes que procuram o nosso país e o aumento de emigração dos nossos jovens em busca de trabalho e de uma vida melhor, os pensionistas na Segurança Social são cada vez mais para um cada vez menor número de contribuintes, o que torna esta questão tão grave que se admite como certo, se nada for feito, que em 2050 mais de 30% da população nacional terá uma idade superior a 65 anos, isto numa população total em Portugal de 8,7 milhões de pessoas.

Alguma coisa tem de ser feita ao nível dos padrões de vida das famílias portuguesas. Precisamos urgentemente de mais 50 mil nascimentos/ano!!

Entretanto, cá dentro celebramos a Semana Mundial do Aleitamento Materno e, lá fora, a revista “The Lancet”, uma publicação médica britânica, dá-nos conta de que uma sueca de 36 anos tornou-se na primeira mulher em todo o mundo a dar à luz um bebé depois de ter recebido um transplante de útero.

Paulo Tourais, carta recebida por email

Sobre o autor

Leave a Reply