«Na cruz vemos a monstruosidade do homem, quando permitimos ser guiados pelo mal, mas também vemos a imensidão da misericórdia de Deus», afirmou Francisco no final da Via-Sacra, no Coliseu de Roma.
O Papa Francisco condenou na Sexta-Feira Santa as «injustiças» da sociedade no final da Via-Sacra, no Coliseu de Roma, numa celebração que reuniu milhares de pessoas de todo o mundo.
«Na cruz vemos a monstruosidade do homem, quando permitimos ser guiados pelo mal, mas também vemos a imensidão da misericórdia de Deus, que não nos trata segundo os nossos pecados, mas segundo a sua misericórdia», afirmou o Papa Francisco, citado pela Rádio Vaticano.
Perante milhares de peregrinos, o chefe máximo da Igreja Católica dirigiu as suas palavras para desempregados, sem-abrigo, doentes, imigrantes, idosos ou presos, atrás de uma cruz de madeira, que simboliza o «sacrifício» de Jesus.
«Deus colocou todo o peso dos nossos pecados na cruz de Jesus, todas as injustiças perpetradas por cada um contra o seu irmão, toda a amargura da traição de Judas e Pedro, toda a vaidade dos tiranos, toda a arrogância dos falsos amigos», declarou.
O bispo Giancarlo Bregantini, da Calábria, que escreveu o texto da Via-Sacra, sublinhou o «peso das injustiças causadas pela crise económica», alertando para as suas graves consequências sociais: «É a precariedade, o desemprego, o dinheiro que governa em vez de servir, a especulação financeira, os suicídios de empresários, a corrupção e as empresas que deixam os países», afirmou.
Jesus carregou uma «cruz pesada», como as injustiças da humanidade, mas é também ao mesmo tempo uma «cruz gloriosa, como o amanhecer depois de uma noite longa, porque ela representa a totalidade do amor de Deus, que é maior do que a nossa iniquidade e as nossas traições», rematou Francisco.