Há falta de articulação entre os vários elementos que constituem a comunidade escolar, uma ausência «notória» dos pais na escola, pelo que será talvez necessário criar a médio prazo uma «escola de pais». Estas foram algumas das conclusões do seminário nacional realizado na Guarda, no passado sábado, pela Federação Regional das Associações de Pais e Encarregados de Educação do distrito da Guarda (Frap/Guarda). Leontina Lemos, uma das prelectoras, defendeu a criação de uma «escola de pais» para a planificação de actividades entre a comunidade educativa e que privilegie a relação pais/filhos/professores. A professora sustentou ainda que esta medida é importante «para que não existam filhos “órfãos” de pais vivos» e queixou-se da falta de espaços para que, nas escolas, os professores possam receber os pais ou encarregados de educação. Defendeu, por outro lado, a permanência dos professores «pelos menos 35 horas por semana na escola», tendo sido apoiada pelo ex-presidente da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), José Regateiro. O antigo dirigente defendeu um sistema de ensino que «deixe de girar à volta dos docentes para ser um sistema que tem no aluno o centro do processo educativo». Para Leonida Milhões, presidente da Frap/Guarda, apesar de serem chamados a «tomar parte activa na vida das escolas», não são dadas aos pais e encarregados de educação «condições reais de efectiva participação». A responsável lamenta que persista uma «divisão» na comunidade escolar, pois os pais continuam a tratar de problemas relacionados com a associação de pais, os filhos dedicam-se à associação de estudantes ou à comissão de festas e a escola continua a tratar dos problemas que lhe estão directamente relacionados. «Temos que encontrar estratégias para que os pais possam ser mais interventivos e, sobretudo, entrar e estar na escola de uma maneira assertiva e conhecedora das várias realidades que aí vão encontrar», sublinhou Leonida Milhões.