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Outorga junta músicos guardenses

Projecto de João Mascarenhas lança álbum em que participam Rogério Pires e Carlos Barreto Xavier

O projecto Outorga arrancou em 2007 por iniciativa de Isabel Martinho e do músico guardense João Mascarenhas, no ano do centenário do nascimento de Miguel Torga. Apresenta-se em concerto com 10 temas reunidos agora em cd. O disco, prestes a ser editado pela Artez, envolveu Rogério Pires e Carlos Barreto Xavier, ambos com ligações à Guarda.

Gravado no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o álbum está pronto há cerca de duas semanas. O resultado é uma fusão entre o jazz e a música popular, que teve como ponto de partida poemas de Miguel Torga. «Criámos um triângulo entre o texto, a nossa linguagem musical e a extrapolação para as linguagens musicais de massificação», descreve João Mascarenhas, ao adiantar que prevê actuar no Teatro Municipal da Guarda (TMG) com este seu trabalho em Setembro. Para além de Isabel Martinho (voz) e de João Mascarenhas (piano), a formação de base deste projecto musical é constituída por David Estêvão (contrabaixo) e Paulo Coelho de Castro (bateria e percussão). O quarteto foi formado no ano passado.

O disco conta com a participação de músicos convidados que se juntaram ao grupo nesta homenagem ao poeta, entre os quais está Rogério Pires, na guitarra clássica – para além de Filipa Santos (gaita de foles), Gilberto Costa (saxofone) e Serafim Lopes (guitarra eléctrica). Rogério Pires, que é natural de Pinhel e cresceu na Guarda, entra em três músicas do disco. São elas “Relato”, “Dúvida” e “Viagem”. Já Carlos Barreto Xavier, a residir em Setúbal – e com ligações familiares à Guarda, onde iniciou a sua carreira –, teve a seu cargo a pré-produção, uma tarefa que partilhou com João Mascarenhas, de quem foi seu professor no Conservatório de Música de S. José da Guarda.

O álbum «deve ser lançado nos próximos dois meses», estima Diogo Cabrita, da empresa Artez, ao explicar que falta apenas «acertar a data». «A Artez é uma empresa que admira muito o trabalho de João Mascarenhas», afirma Diogo Cabrita, também colaborador de O INTERIOR, ao lembrar que o descobriu a tocar numa garagem, na Guarda, muito antes do músico se ter mudado para o Porto. Recorde-se que a empresa com sede em Coimbra difundiu, em 2006, o primeiro álbum dos Rádio Clube Nora, “Ver Sons”, uma revisitação à música portuguesa das décadas de 1960 e 1970 inspirada no jazz contemporâneo e na música clássica, em que João Mascarenhas foi o autor dos arranjos e do enquadramento musical do reportório.

Pré-produção esteve a cargo de João Mascarenhas e Carlos Barreto Xavier

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