Arquivo

Os “mundos” de Joaquim Trinta

Bailarino coleciona prémios e ambições lá fora mas quer continuar na Guarda

Os sonhos de Joaquim Trinta, de 27 anos, confundem-se com os de quem se cruza com ele. A partilha de salas e palcos preenche os seus dias de “mundos” tão grandes como o seu, que se revelam à medida que a música avança e a dança se constrói. «Nasci para ajudar os outros a darem o primeiro passo», afirma o bailarino, que nasceu em Benguela (Angola) e reside na Guarda há duas décadas.

Trinta deu os primeiros passos de dança com apenas 4 anos e o resto aconteceu com naturalidade. «Com 7 anos dancei numa competição no Luxemburgo e fui sempre passando em frente», recorda. A formação posterior acrescentou ao gosto intrínseco a “bagagem” que há cinco anos pôs ao serviço dos guardenses na Trinta School Dance (ginásio “Bem me quer”): «Uma das razões da criação da escola foi a falta de formação específica, pois tudo o que queremos está em Lisboa e no Porto», considera. «Conheço muitas pessoas da área e é mais fácil virem cá, o que tornou possível ajudar os outros», sublinha o bailarino.

A procura de formação leva-o regularmente ao estrangeiro, mas há talento na Guarda: «Sei que podem ir muito mais longe; só precisam de uma oportunidade», reitera Trinta, ressalvando que a dança «é um “mundo” complicado porque exige dedicação e muitas horas, mas vejo pessoas com futuro». Coreógrafo da campeã europeia de patinagem e de vencedores do desporto escolar, o bailarino conta «uma média de um prémio por ano», calcula. Porém, a vontade é continuar na Guarda. «Já realizei muitos sonhos, mas, um dia, gostava de ser diretor de um conservatório», assume. O hip hop, o ballet e a dança contemporânea fazem parte do seu dia-a-dia, mas o estilo com que mais se identifica é o jazz, salientando que «a dança é a minha vida, não consigo viver sem ela».

Conte-nos a sua história para ointerior@ointerior.pt

Sara Quelhas A Trinta School Dance foi um sonho tornado realidade

Sobre o autor

Leave a Reply