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Os mesmos candidatos de há dois anos

Pina Moura (PS), Ana Manso (PSD) e João Abreu (CDU) voltam a encontrar-se nas legislativas de Fevereiro de 2005

Os principais protagonistas da campanha para as últimas legislativas na Guarda vão voltar a encontrar-se em Fevereiro de 2005. Pina Moura (PS), Ana Manso (PSD) e João Abreu (CDU) já estão certos, falta definir o cabeça de lista do PP e saber se os social-democratas apresentam ou não uma figura nacional pelo distrito. Outra certeza conhecida é que o MPT e o Bloco de Esquerda desaparecem do mapa eleitoral distrital, desconhecendo-se por enquanto as intenções do irredutível PCTP-MRPP. Tudo deverá ficar definido nos próximos dias, uma vez que os partidos têm até 10 de Janeiro para entregarem as listas de candidatos a deputados.

Na Coligação Democrática Unitária (CDU) João Abreu volta a ser o primeiro da lista e caber-lhe-á a árdua tarefa de tentar travar a queda dos comunistas no distrito. Os restantes elementos serão conhecidos dia 8, numa sessão que contará com a presença de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. João Abreu, 48 anos, é natural do concelho de Oliveira do Hospital, mas reside actualmente em Gouveia. É presidente da Junta de Freguesia de Meruge, sua terra natal, mas sobretudo responsável pela Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP, onde está desde 1979. João Abreu foi reeleito no último congresso do Partido Comunista para o Comité Central, órgão de que faz parte desde o X Congresso. Mais problemática está a ser a constituição da lista do PS. Sabe-se que Joaquim Pina Moura, actual deputado eleito pelo distrito em Março de 2002, será de novo o primeiro, estando também praticamente assegurado que Fernando Cabral será o segundo. Contudo, estes nomes não têm sido consensuais no seio dos socialistas da Guarda. Há militantes que gostariam de um maior protagonismo de Maria do Carmo Borges, mas o facto do ex-ministro da Economia e das Finanças dos Governos de Guterres, muito próximo de José Sócrates, já ser militante da concelhia de Seia inviabilizou mais contestação.

PS quer voltar a ser o mais votado

Entretanto, a presidente terá manifestado a sua indisponibilidade para se candidatar, mas há quem ainda espere por uma surpresa desse lado. Quem já pôs tudo em “pratos limpos” terá sido o presidente da Federação da Guarda do PS quando exigiu ser segundo da lista e declinado qualquer outra posição. Definidos os nomes que vão ocupar os lugares elegíveis, o PS tem agora outro dilema que é o de escolher uma mulher para número três. Trata-se do cumprimento de uma orientação nacional, segundo a qual um terço das listas deverá obrigatoriamente ser preenchido por senhoras. Na Guarda, isso é um problema sério. Descartada supostamente a opção Maria do Carmo Borges, os contactos viraram-se para a jovem Rita Cunha Mendes, que também terá recusado o convite invocando motivos profissionais. A solução deverá ser apresentada na segunda-feira, durante o conselho distrital da Federação, altura também para se confirmarem os restantes elementos da lista PS pelo distrito. É que a Comissão Nacional deu até dia 5, quarta-feira, para ficar tudo definido. Aos escolhidos espera-os a tarefa de reconquistar o eleitorado perdido em Março de 2002, cerca de 10 mil eleitores, e confirmar que as últimas legislativas foram um acidente num percurso sempre vitorioso desde 1994 nos escrutínios nacionais.

No PSD, o cenário está praticamente clarificado após a reunião magna desta semana, também marcada por muita contestação. Os escolhidos foram Ana Manso, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD na Assembleia da República, Couto Paula, presidente da concelhia da Guarda, e Rui Ventura, ex-líder da JSD distrital e actual chefe de gabinete do presidente da Câmara de Pinhel. De fora ficaram nomes como Álvaro Amaro, plebiscitado pelas concelhias de Gouveia e Trancoso, ou do sempiterno Júlio Sarmento. Opções que trarão alguns amargos de boca à líder da distrital da Guarda, que segue para a campanha rodeada dos seus elementos mais próximos. Mas tudo poderá ficar mais calmo consoante a figura nacional que vier a ser atribuída à Guarda para liderar a lista social-democrata. Uma decisão a conhecer nos próximos dias. Uma coisa é certa. O resultado de há dois anos é praticamente impossível de repetir na actual conjuntura política. A crise, o fim das Scut ou o parco PIDDAC não favorecem muito o PSD, cujos candidatos vão ter que se desunhar no distrito para convencer o eleitorado. Quanto ao CDS-PP, desconhece-se por enquanto quaisquer candidatos pelo distrito, que continua sem distrital há perto de uma década.

Luis Martins

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