P- O que significa esta convocatória para o Mundial de Matraquilhos?
R- Esta convocatória significa o culminar de um projeto de sucesso que iniciei por influência do meu pai, que também pratica a modalidade e vai estará igualmente presente neste campeonato. Foi ele que me motivou a entrar na modalidade e ao longo dos anos foi fundamental ao motivar-me a melhorar até chegar ao nível em que me encontro. Foram, sobretudo, a partilha de muitas horas de treino, muitos ensinamentos, muito estudo do jogo, muitas conquistas a nível distrital e nacional que tornaram tudo isto possível. É um orgulho para qualquer atleta representar o seu país e ser selecionado entre muitos federados de qualidade no nosso país e fora dele. É, no fundo, um motivo que enaltece a minha valorização como praticante da modalidade perante a comunidade deste desporto.
P- Quais são as suas expectativas para a competição?
R- Portugal é uma das boas seleções que vão estar presentes neste Mundial e que tem hipóteses de fazer um grande campeonato. A nível coletivo tudo faremos para dignificar o nosso país ao máximo, tentando chegar às fases decisivas e a partir daí tudo é possível. Em termos individuais, espero apresentar um bom nível de jogo e ajudar ao máximo a seleção portuguesa lutando pela vitória em todos os jogos.
P- Gostava de fazer uma carreira profissional como jogador de matraquilhos? Existem condições para isso?
R- Seria um desafio interessante fazer carreira profissional como jogador, infelizmente isso não é possível no nosso país, pois, apesar de existirem apoios e de se ganhar algumas quantias, sobretudo em torneios privados, ou a nível federativo, isso não é suficiente para fazer deste desporto algo profissional. A única hipótese para ser profissional seria em campeonatos no estrangeiro, onde existem mais apoios e as quantias envolvidas em torneios são muito maiores.
P- O que poderia responder a alguém que dissesse que os matraquilhos não são desporto?
R- Nada melhor do que convidar essa pessoa a assistir a uma competição de perto ou mesmo jogá-la, para que se possa perceber a dificuldade que é ter de jogar períodos de 10 a 12 horas por fim-de-semana. Existe um grande desgaste a nível físico e mental. É um desporto em que a controlo emocional é muito importante e onde nem todos têm a capacidade de aguentar a pressão em determinados momentos do jogo e isso reflete-se à medida que a competição vai avançando.
P- Que apoios tem para praticar a modalidade?
R- Os apoios são basicamente dados pelos clubes que tenho representado, neste caso o CCDEZ Boidobra, que tem disponibilizado condições de treino e apoios importantes para que estejamos presentes em competições distritais e nacionais, bem como as empresas que se associam à coletividade na secção dos Matraquilhos.
P- Na sua opinião, o que justifica haver tantos clubes a praticar a modalidade no distrito de Castelo Branco?
R- É uma modalidade recente, mas um jogo muito antigo e que cativa quem experimenta. Somos um concelho que tem muitas coletividades, o que faz com que em todas exista alguém com o “bichinho” pela modalidade. No distrito os matraquilhos até já tiveram mais praticantes, ou seja, até tem existido uma diminuição no número de federados, pois, como em qualquer desporto, todos querem ganhar e quando isso não acontece existem por vezes atritos ou desmotivação que podem levar a desistências.
Perfil:
Campeão distrital de matraquilhos de Castelo Branco
Idade: 25 anos
Naturalidade: Covilhã
Profissão: Professor/instrutor de fitness/personal trainer
Currículo: Vencedor de PRO TOUR Porto (Torneio Internacional), 5 pódios em campeonatos nacionais, 7 títulos de campeão distrital, 6 taças distritais, 2 títulos “Dia Nacional dos Matraquilhos” e vencedor de 23 Open’s.
Filme preferido: “Dear John”
Hobbies: Ginásio