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Os códigos e a limitação

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Cada assunto e cada ciência são um código além de um conjunto de bases de saber. Cada profissão transporta códigos como linguagens. Ninguém fala chinês, alemão, grego e russo com uns salpicos de sueco e latim. Imaginem que além disto se é padre numa igreja arménia e se toca piano e violoncelo de modo virtuoso. Este homem para mais é matemático e produz equações para a NASA. Claro que é mentira este projecto de pessoa. Claro que nós somos limitados pela vastidão do conhecimento e das linguagens com que ele se expõe. Este processo de tentar introduzir novas palavras e conhecimentos torna-nos sabedores da grandiosa tarefa que seria um saber genérico. No lado oposto temos o saber pequeno ou o saber específico imenso. Conhecer o código genético de dois seres e comparações das manifestações de cada parcela deles, ou saber tudo sobre a doença do Barão de Münchausen, ou dominar friedreich’s ataxia, tudo é um saber profundo que desenha a impossibilidade da opinião sem drama ou despautério. Mas somos todos deste desejo de opinar sobre o que dominamos mal. Nós estamos desenhados para uma bagagem limitada e produzimos um conhecimento infinito, descobrimos um universo infinito e colocamos-lhe próteses ilimitadas. A inteligência artificial, os códigos dos computadores, a ciência da comunicação, o desporto de alta competição, os nutrientes inventados, as mutações genéticas, tudo se processa com um rigor e uma parafernália de informação e linguagens que não podemos acompanhar. Nisto vem um despautério político como o direito à informação. E que podemos decidir na vastidão da informação que nunca teremos apesar da ilusão que dominamos o assunto? Vejam o ridículo dos treinadores de bancada que invadem os estádios. Hoje o futebol é psicologia, nutrição, jardinagem, vestuário, calçado e muito mais áreas de uma especificidade longínqua do nosso livre arbítrio. E apesar de tudo opinamos, discutimos e somos felizes. No meio disto há até fanatismos da mais pura ignorância.

Por: Diogo Cabrita

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