Vem este artigo a propósito dos animais e das suas relações estranhas com o homem. São as pessoas que subvertem a normal função dos animais, que é comer dormir e amar, até que alguém os coma. De facto os bois são largados nas arenas e tentam colher os homens que os enfrentam. Os cães são fechados em varandas ou acorrentados em pátios até que a corrente parta e mordam alguém. A verdade é que estes não são comidos à excepção dos asiáticos que o aconselham vivamente. Aos tubarões roubam agora as barbatanas num morticínio inqualificável. Os gatos reproduzem-se aos milhões, como os ratos e os coelhos (só fazem é mais barulho, mas a qualidade da performance parece ser tão má como a destes orelhudos) e estão a invadir os pátios, os jardins e todas as cidades e apartamentos de solteiras, divorciadas e viúvas. Os gatos, os ratos e as baratas, que o ocidente continua insistentemente a não provar, parecem a reserva alimentar do futuro. Cada dia sendo mais, povoam as cidades com facilid ade. As baratas estão nos restaurantes, em muitos hipermercados e vivendas. E se elas mordessem ou marrassem? Mas não. Elas não fazem mais que divertir-se pelos espaços onde vamos menos. Ainda bem que as baratas não são touros, as touradas não se fazem com gatos e os cães não têm o corpo dos bois.
Por: Diogo Cabrita