Órgãos sociais do Sporting da Covilhã demitem-se em bloco

Os órgãos sociais do Sporting Clube da Covilhã apresentaram a demissão em bloco de forma a provocar eleições antecipadas, que deverão acontecer a 29 de Outubro ou 5 de Novembro.

António Lopes, presidente da Assembleia-Geral (AG), indicou na última segunda-feira, em conferência de imprensa, que «foi encontrada uma plataforma de entendimento que levou a que todos os órgãos pedissem a demissão em bloco, abrindo caminho para eleições antecipadas e pondo fim ao diferendo entre os presidentes da Assembleia-Geral e da direcção». O líder da AG defende que houve várias situações recentes que vieram deteriorar ainda mais a sua relação com José Mendes, «nomeadamente o que se passou na última Assembleia e ainda a recente notificação do tribunal a propósito do pagamento das obras da sede social. São situações que nunca deveriam ter acontecido e que colocaram em causa o bom nome do clube». Esta decisão acabou por ser tomada no passado sábado, durante um jantar em que, sem o conhecimento prévio de ambos, Paulo Rosa, vereador do Desporto na Câmara da Covilhã, sentou à mesa António Lopes e José Mendes.

O presidente da AG defende que «esta solução serve os interesses do clube», sendo uma forma de resolver «o problema sem a perda de dignidade», adiantanto ter falado com o presidente do Conselho Fiscal «para falar com o presidente da direcção para se demitir», de modo a acabar-se com o imbróglio. José Mendes terá dito que estava «sensível» ao assunto, mas «desde que todos se demitissem». Com a solução agora encontrada, António Lopes entende que estão reunidas todas as condições para que o acto eleitoral decorra no final de Outubro. «Nos próximos dias espero ter em minha posse as cartas de demissão da maioria dos elementos que integram os órgãos sociais e, a partir daí, disponho de um mês para marcar eleições, pelo que até final de Outubro ou na primeira semana de Novembro», o acto eleitoral vai ter lugar.

O dirigente garante que não é candidato à presidência do Sp. Covilhã e sublinha que se sentiu «na obrigação de criar uma solução alternativa». Nesse sentido, o coronel Jorge Gaiolas terá aceite «encabeçar uma lista», sendo que o próprio António Lopes será, «em princípio», candidato à AG. «Mas ele está à vontade para escolher outra pessoa. Não estou agarrado ao poder. Faremos parte de uma solução possível para o clube», sublinhou António Lopes. Durante o jantar, o líder da Assembleia-Geral revela ter pedido a José Mendes para «não se recandidatar, não por não ter condições para exercer o lugar, mas por ter o “handicap” de ser empresário de jogadores, o que levanta sempre alguma suspeição, mas tudo indica que ele se candidate». O INTERIOR tentou obter um comentário de José Mendes, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.