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Orçamento de Estado dominou comemorações na Covilhã

Carlos Pinto criticou Governo por discriminar «o interior do país»

As críticas ao centralismo «caduco, obsoleto e antiquado» do Governo dominaram o discurso de Carlos Pinto nas comemorações dos 135 anos de elevação da Covilhã a concelho, na última quinta-feira.

Perante uma vasta plateia no salão nobre dos Paços do Concelho, o autarca social-democrata confessou ser «difícil trabalhar no interior do país» numa altura em que o Governo apenas “olha” para uma certa zona do país. «Verificamos, uma vez mais, que uma parte do país é discriminada no Orçamento de Estado», apontou, referindo-se concretamente à inexistência de obras fundamentais para o concelho e para a região no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2006. Exemplo disso é o «pouco significado» atribuído pelo governo a obras como a Periférica à cidade e ao IC6.

Por isso, considera que o desenvolvimento do concelho se deve «essencialmente aos homens que aqui trabalham», pelo que, apesar dos tempos serem de «preocupação», Carlos Pinto avisou que «não vai deixar parar o investimento» no concelho, nem que tenha que recorrer a «parcerias privadas» para lançar obras estruturantes. Nesse sentido, adiantou que pretende lançar nos «próximos meses» a construção da segunda barragem nas Penhas da Saúde e levar a cabo a construção do aeroporto regional. A aposta no turismo vai ser também uma das prioridades nos próximos anos. Para além das termas de Unhais da Serra e do aldeamento de montanha, que se encontram já em obras, Carlos Pinto promete avançar em breve com a recuperação do centro histórico da cidade e das zonas antigas das freguesias do concelho. As desigualdades sociais e o desemprego foram, aliás, algumas das preocupações manifestadas na Assembleia Municipal que antecedeu a sessão solene. Isilda Barata (PP) alertou para a necessidade do executivo «combater a pobreza e a fome» existente no concelho, enquanto Jorge Fael (CDU) apelou para a requalificação urbana, a criação de emprego com qualidade e direitos e a criação de uma rede social de apoio a todos os carenciados.

Já o PS focou como prioritária a criação de vias de comunicação de ligação ao litoral e a construção da barragem. Por sua vez, Bernardino Gata (PSD) aproveitou o momento para criticar a pouca contestação dos deputados covilhanenses eleitos na Assembleia da República quanto à «miséria de transferências do Orçamento de Estado para o concelho».

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