Os vereadores do PS na Câmara do Sabugal, Sandra Fortuna e Francisco Vaz, e o independente Joaquim Ricardo, eleito pelo MPT, aprovaram, na reunião do executivo do passado dia 20, um voto de desconfiança ao atual Conselho de Administração da empresa municipal Sabugal+, presidido pela vice-presidente da autarquia Delfina Leal, e propuseram «a sua consequente e imediata destituição».
Os vereadores da oposição, que estão em maioria no executivo liderado pelo social-democrata António Robalo, acusam a administração da empresa de praticar uma gestão «escandalosamente negativa e lesiva dos interesses do concelho» por registar «prejuízos operacionais em quase todos os anos desde a sua criação e nunca tão volumosos como agora, obrigando à transferência financeira adicional por parte do município para equilibrar os resultados». Para os eleitos do PS e MPT, «a gestão dos dinheiros públicos numa época de crise requer contenção nos gastos», mas na empresa municipal sabugalense verificou-se «exatamente o contrário», avisando que a Sabugal+ «não pode viver como se o dinheiro fosse inesgotável». Assim, os vereadores entendem ter «chegado o momento de repensar a existência desta empresa e, desde já, “travar” a gestão profundamente censurável do atual Conselho de Administração».
Esta posição surge depois de, na reunião do executivo de dia 6, os mesmos vereadores da oposição terem reprovado o relatório e contas da Sabugal+ relativo a 2011, apresentando números comprovativos de uma «gestão errada», que levou a empresa de um exercício positivo de 2 mil euros em 2010, «o primeiro no seu historial», para um resultado operacional negativo de 136 mil euros no ano passado. Por outro lado, assinalaram também um aumento de 44 por cento de «gastos em eventos» e de 137 por cento nos compromissos de curto prazo. Os eleitos socialistas e do MPT apontam ainda uma subida de 40 por cento nas despesas com pessoal face ao exercício anterior, enquanto o passivo agravou-se em «cerca de 50 por cento». Em consequência desta situação, os vereadores preveem que a empresa tenha de receber uma transferência do município próxima de um milhão de euros.
Fábio Gomes