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Oposição não deixa cair projectos de Sócrates

Ana Manso alega que a acta da reunião de 28 de Janeiro e o CD com as gravações foram adulteradas

A maioria socialista na Câmara da Guarda pensava que o assunto estava arrumado, mas não contava com a obstinação dos vereadores social-democratas relativamente aos projectos de engenharia de José Sócrates no município. O assunto marcou, inesperadamente, a agenda da última reunião do executivo, que, coincidência ou não, estreou um novo equipamento de recolha de som.

Na semana passada, Ana Manso voltou a lançar suspeitas sobre a actuação da autarquia neste processo, alegando desta vez que a acta da reunião de 28 de Janeiro – em que foi apresentado o relatório final da comissão de averiguações – e o CD com as gravações entregues aos vereadores sociais-democratas não correspondem ao que foi dito nessa sessão de Câmara. «Parece-nos que a gravação do CD sofreu alterações, está adulterada e não corresponde àquilo que realmente se passou», disse Ana Manso. A oposição apresentou, por isso, um voto de protesto, considerando ser este «mais um episódio triste deste caso, que tem sido tudo, menos claro e transparente». E forçou a maioria a esclarecer o sucedido, já que na próxima reunião, agendada para quarta-feira, vai ser ouvida a gravação original.

A proposta foi do presidente, que criticou as suspeitas levantadas pelos eleitos do PSD. Joaquim Valente reiterou confiar «plenamente» nos serviços e nos funcionários encarregues de transcrever as gravações: «São pessoas isentas e nada fariam para prejudicar quem quer que fosse. Por isso, tenho a certeza de que tudo o que foi dito na reunião de 28 de Janeiro está na gravação», acrescentou.

Centro Escolar do Vale do Mondego a concurso

Polémica à parte, o executivo deliberou abrir concurso para o terceiro centro escolar do município. Após Gonçalo e Sequeira, vai avançar a construção do edifício que acolherá os alunos do Vale do Mondego. O novo estabelecimento de ensino surgirá no Porto da Carne, num terreno próximo da antiga escola primária e do polidesportivo local, e custará cerca de 1,9 milhões de euros, implicando o encerramento de todas as escolas daquela zona. Este centro escolar terá capacidade para cerca de 175 alunos, sendo que o ensino básico terá quatro salas (para 100 crianças aproximadamente) e mais uma para enriquecimento curricular. O pré-escolar contará com três salas para acolher os restantes 75.

«O Vale do Mondego ainda tem alguma dinâmica de crescimento populacional», referiu Joaquim Valente, adiantando que o edifício terá «todas as condições para que se possa administrar um ensino de qualidade e preparar as crianças para os desafios do futuro».

Luis Martins

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