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Obras da Parque Escolar não são retomadas na região

Três escolas do distrito da Guarda integradas nas intervenções da terceira e quarta fases vão continuar à espera de requalificação

A Escola Básica e Secundária Sacadura Cabral (Celorico da Beira), a Secundária da Sé (Guarda) e a Secundária de Seia não estão entre as escolas cuja requalificação vai ser retomada pela Parque Escolar (PE). Foram quatro os estabelecimentos de ensino do distrito da Guarda incluídos no programa, mas só a Secundária Afonso de Albuquerque foi intervencionada.

A seleção das próximas 14 escolas a intervencionar é justificada com o facto de terem as obras suspensas: «A informação que temos é que foram escolhidas aquelas onde as obras já tinham começado», disse o diretor do Agrupamento de Celorico da Beira. Manuel Portugal mostra-se satisfeito com o reinício, mas «a Sacadura Cabral fica outra vez à beirinha da intervenção, num processo que se arrasta desde 2006». Os “famosos” monoblocos da PE ainda foram colocados e até fizeram estragos, entretanto reparados, mas as obras continuam por concretizar, pelo que o novo arranque dá alento ao diretor, que espera que a Sacadura Cabral seja contemplada na próxima fase. A escola ficou «fora de vários projetos», pois «disseram-nos que não valia a pena investir porque ia ser requalificada» no âmbito da terceira fase do programa da PE.

Há sete anos que a escola está entre as prioridades da região centro, mas foi ficando para trás: «Quando as prioridades estão sinalizadas devem ser respeitadas», vinca Manuel Portugal, lamentando que «o interior fique para o fim». «Aqui também mora gente, temos um bom “feedback” da oferta formativa e provas dadas no mundo do trabalho, deveríamos ter outro reconhecimento», considera. As falhas têm sido colmatadas com recursos próprios, mas não chega: «As carências prendem-se sobretudo com os espaços físicos porque a oferta formativa de quando a escola foi edificada era muito diferente da atual», garante o diretor, salientando as dificuldades na área laboratorial, mecânica e biblioteca.

«A esperança é a última coisa que perdemos»

A quarta fase da PE integrava também as Secundárias da Sé, na Guarda, e de Seia, mas, com o cancelamento do programa, não chegaram sequer a ter um projeto. No entanto, o recomeço das obras deixa Cristina Vicente mais confiante: «Se há uma luzinha ao fundo do túnel ficamos com vontade que a nossa escola também seja intervencionada», afirma a diretora do Agrupamento de Escolas da Sé. A escola ainda apresentou as principais carências, mas estas não foram confirmadas nem resolvidas. «Era um início pouco previsto, mas fizemos o nosso projeto de intervenção e definimos as áreas prioritárias», recorda a docente. Entre as necessidades mais urgentes estão as instalações sanitárias, o chão e o mobiliário das salas: «As intervenções seriam necessárias para manter o conforto na escola em termos de equipamento», considera Cristina Vicente.

Por seu lado, a diretora do Agrupamento de Seia espera que a Secundária da cidade serrana seja abrangida, embora se mostre «um pouco descontente por não estarmos nesta nova leva». Têm sido feitas obras de «necessidade imediata, as recuperações possíveis com os orçamentos que temos», adianta Emília Nascimento, para quem «a expetativa é positiva e a esperança é a última coisa que perdemos». As dificuldades desta escola são «a todos os níveis», assevera a professora, destacando as tubagens do aquecimento, a rede de esgotos ou o pavilhão desportivo, pelo que «precisava de uma intervenção global». A situação é agravada pela localização, pois «um dos blocos tem muitas fissuras devido às águas subterrâneas», acrescenta, reiterando que «a escola deveria ser intervencionada tão breve quanto possível».

«Espero que a Sacadura Cabral seja contemplada na próxima fase», disse Manuel Portugal

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