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Obras adiadas em rua da Guarda preocupam moradores

Empreitada na Rua de S. Domingos decorria no âmbito da Reabilitação Urbana do Bairro, mas está parada desde agosto

Do prometido asfalto, pouco sabem. Em vez de uma estrada alcatroada, os moradores da rua de S. Domingos, na Guarda, deparam-se todos os dias com a terra batida, os socalcos, as pedras e tábuas à mercê. A intervencão decorria no âmbito da Reabilitação Urbana do Bairro de S. Domingos, mas nesta rua as obras «estão paradas desde agosto», denunciam os moradores. Com o rigor do inverno no horizonte, redobraram as preocupações e reclamam agora o arranjo do pavimento e dos respetivos passeios. O presidente da autarquia, em declarações a O INTERIOR, garantiu que as obras deverão recomeçar dentro de «30 dias».

António Assunção vive na Rua de S. Domingos há já vários anos e não tem dúvidas em afirmar que o estado do piso «está pior do que antes». «Não sei de quem é a culpa, nem o porquê das obras terem ficado suspensas. Mas quem está mal somos nós. É certo que antes não tínhamos as condições ideais, mas ao menos podíamos circular sem grandes problemas e agora nem sequer dá para um carro para passar pelo outro ao mesmo tempo», lamenta. As reclamações, no entanto, não ficam por aqui. Outra residente garante que «têm de ter sempre as janelas fechadas para não entrar tanto pó dentro das casas». Maria Esperança está saturada de uma rua onde o asfalto parece ser apenas uma miragem. «Já vivo aqui há 20 anos e agora temos sempre as casas sujas. Não me interessa o porquê de os trabalhos terem parado, só queremos é que a rua seja arranjada o mais depressa possível», diz. Luísa Rebelo, uma vizinha, também se queixa do pó que teima em entrar todos os dias na sua casa, mas a sua maior preocupação é o inverno: «nos dias de chuva, há-de ser só lama». Além disso, chama a atenção para possíveis acidentes, devido ao estado precário da estrada, com tampas do gás natural que muitas vezes ficam camufladas na terra. «Passou aqui há dias uma carrinha e uma tampa de ferro que aí está levantou e deu cabo do depósito do gasóleo. Ficou aí o combustível todo na rua», lembra.

Um morador que prefere não ser identificado também descreveu a O INTERIOR o cenário nos dias em que o tempo não vai de feição: «quando chove com mais intensidade, os extremos da rua são confrontados com a água que corre das outras duas ruas paralelas que apresentam grande declive, criando-se grandes valas com a passagem das águas desgovernadas no sentido descendente, o que impossibilita a passagem normal de um veículo». Este residente garante que «já houve um dia em que foi necessário o auxílio de uma máquina retroescavadora» para repor a terra que acabou por ir parar à Estrada do Rio Diz. Dos motivos que levaram à interrupção da empreitada, os moradores têm poucas certezas. O que mais se ouve pelo bairro é a expressão “falta de dinheiro”, confirma Luísa Rebelo. O presidente da autarquia guardense confirmou a O INTERIOR as suspeitas destes residentes. «É necessário ajustamentos, porque tem havido dificuldades de tesouraria», reconheceu Joaquim Valente, acrescentando que a obra poderá ser iniciada «quando se verificar o reembolso dos fundos comunitários». Confrontado com as preocupações dos moradores em relação ao período de inverno, o autarca garantiu que o regresso da intervenção «já não deve demorar». «Penso que dentro de 30 dias poderemos reiniciar os trabalhos», afirmou.

Catarina Pinto Residentes queixam-se do pó e da difícil circulação automóvel

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