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O Zêzere desde a sua nascente até à foz

Ecomuseu do Zêzere, localizado em Belmonte, pretende sensibilizar as pessoas para os malefícios da poluição

Transportar os visitantes para as várias realidades que o Rio Zêzere atravessa ao longo do seu percurso, de cerca de 240 quilómetros, foi um dos grandes objectivos que a autarquia de Belmonte se propôs alcançar quando abriu o Ecomuseu do Zêzere em Abril de 2001. Desde essa data que a estrutura localizada bem no centro da vila, no antigo edifício da “Tulha dos Cabrais”, e cuja entrada é absolutamente gratuita, tem acolhido uma média de 500 curiosos por mês, o que equivale a dizer que aproximadamente 15 mil pessoas já terão visitado aquele espaço museológico. Neste registo de 500 visitantes mensais, não estão incluídas as muitas crianças, principalmente de escolas de primeiro ciclo, que costumam visitar o museu demonstrando um «interesse muito grande», garante Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte. Sem um espólio propriamente dito, a não ser algumas pedras retiradas do rio, quem passar pelo Ecomuseu pode observar as várias fases que o Zêzere percorre ao longo dos seus cerca de 240 quilómetros de extensão, desde a sua nascente em Manteigas até à sua foz em Constância, passando pela fauna, flora, aproveitamento dos solos e ameaças que a poluição acarreta. A infância, juventude e idade adulta do Zêzere podem ser apreendidas através dos vários painéis que se encontram espalhados naquele espaço agradável. A necessidade de preservar a qualidade da água foi mesmo um dos motivos que levou a autarquia a avançar com o projecto: «Sendo nós um município ribeirinho, achámos que devíamos ter uma intervenção de forma a apelar à sensibilização das pessoas para a necessidade de haver uma protecção do ambiente, evidente e clara», sublinha o autarca.

Neste sentido, houve a preocupação de «despertar a opinião pública para a necessidade dessa preservação», inserida num contexto em que os visitantes fica a conhecer o Rio Zêzere «em toda a sua extensão», indica. O museu que está intimamente ligado ao Zêzere encontra-se instalado num edifício de grande tradição na vila, a “Tulha dos Cabrais”, um celeiro onde eram depositadas as rendas dos terrenos, pagas em géneros ficando ali depositadas», explica o edil. Um «aspecto prioritário» tido em conta na reconstrução do edifício foi a entrada para os deficientes motores: «Optámos por alterar um dos lados do acesso, substituindo a escadaria por uma rampa, de forma a possibilitar o acesso às pessoas que têm mais dificuldades», sublinha Melo. O Ecomuseu dispõe ainda de uma sala de exposições temporárias, onde presentemente se encontra patente uma mostra subordinada ao tema dos “500 Anos do Descobrimento do Brasil” pelo “filho da terra” Pedro Álvares Cabral. Os visitantes poderão também ficar a conhecer melhor a história do Zêzere, através de diversos livros, publicações ou mapas sobre temas como a geografia regional, geologia ou ecologia. Encontram-se ainda disponíveis dois computadores para consultar informações sobre a Arqueologia da Cova da Beira e a toponímia relacionada com as espécies vegetais e animais que se podem encontrar no curso do Zêzere.

Ricardo Cordeiro

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