Com sete reforços no onze inicial, o Ginásio Figueirense mostrou, no domingo, que tem condições e soluções para poder lutar, mais uma vez, pelo título distrital ao derrotar o Mileu-Guarda por duas bolas a zero. No entanto, teve que ser o veterano Manuel Rodrigues, em Figueira há vários anos, a abrir caminho para a vitória com um golo espectacular.
O triunfo da equipa de Paulo Batista é justo, essencialmente pelo que fez na segunda parte, já que a primeira poucas jogadas de interesse teve, com o Mileu a apresentar-se apenas com uma cara nova, o ponta-de-lança Zé Tó, que, surpreendentemente, jogou com o habitual defesa direito Ricardo atrás de si. A jogada mais perigosa do primeiro tempo aconteceu aos 33’, quando Paulo Jacinto, descaído para o lado direito na pequena área, rematou por cima da barra. Nada satisfeito com a forma como a sua equipa jogou os primeiros 45 minutos, o técnico do Figueirense fez então entrar Manuel Rodrigues para o lugar de Alexandre, passando Edson (ex-Sporting da Mêda) para o flanco direito, lugar que lhe permitiu subir bastante de produção. Esta alteração produziu os efeitos desejados, uma vez que o Figueirense surgiu muito mais dominador na segunda parte, obrigando o Mileu a defender mais atrás. O primeiro sinal de que a turma da casa estava inconformada com o resultado aconteceu aos 50’. Edson cruzou na direita para o segundo poste, onde surgiu Silva, em excelente posição e sem marcação, a falhar o remate.
Apesar do adversário pressionar bastante, o Mileu também tentou criar perigo e aos 61’, após jogada de insistência, Pedro Francês, na direita, fez um cruzamento/remate que passou perto da baliza, com Ricardo a chegar ligeiramente atrasado. Aos 66’ foi a fez de Edson desenhar uma boa jogada na zona central e concluir com um remate perto do poste esquerdo. Até que aos 69’, Manuel Rodrigues aproveitou uma bola perdida na zona da meia-lua, ainda de muito longe, para atirar um “míssil” que entrou mesmo no ângulo superior direito da baliza de Hélder, que ainda se atirou, mas era impossível defender aquela bola. Apesar da vantagem, o Figueirense continuou à procura de mais golos e, aos 75’, esbanjou nova ocasião, muito por culpa da boa defesa de Hélder a um cabeceamento de Edson. No entanto, nos últimos 10 minutos, o Mileu aproveitou para pressionar em busca da igualdade, forçando Paulo Batista a trocar o ponta-de-lança Bruno Coutinho pelo médio Alfredo numa tentativa de segurar a vantagem. Mas esta opção poderia ter-lhe custado caro.
É que o Mileu aproveitou para subir no terreno e aos 92’ esteve à beira de alcançar a igualdade. Cruzamento da esquerda para a área, onde o jovem Márcio cabeceou com bastante perigo para excelente intervenção do guardião Bruno a sacudir para canto. Balanceados para o ataque, os visitantes abriram espaços na sua zona defensiva e o Figueirense aproveitou para “matar” o jogo em contra-ataque. Edson fez uma excelente abertura isolando Silva, que, frente a Hélder e apertado por Roberto, não perdoou e marcou o segundo golo do Figueirense. O árbitro Fernando Nevado fez um trabalho positivo, não tendo tido interferência directa no resultado.
Ricardo Cordeiro