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O sonho comanda a vida (…)*, “Nunca fiz senão sonhar” Fernando Pessoa

Sonhar é preciso

O sonho tem um papel muito importante na vida de cada pessoa, quase tão importante como a vida real. Victor Hugo afirmava em ”Os Miseráveis” que mais facilmente se julgaria um homem segundo os seus sonhos do que segundo os seus pensamentos.

É imperioso que o Homem sonhe e que esse sonho seja bom para a cidade, para os cidadãos, para o desenvolvimento, para o ambiente, para a vida. Eu, por exemplo, um simples cidadão da Guarda, sonhei que a Guarda era a capital da Região da Beira Serra. Sim, capital! E que alguém muito especial transportava a bandeira da Guarda pelas ruas da cidade, seguido de uma grande multidão que gostava disso!

E sonhei mais: sonhei que o portador da bandeira tinha sido eleito sem trocar favores ou traficar influências, sem pagar apoios ou prometer empregos! Porque para ser eleito não é preciso comprar ninguém, não é necessário haver corrupção! Basta ser capaz de cumprir o que se promete e prometer apenas o que se pode cumprir. Não precisa de se ter um perfil adequado. Ninguém tem um perfil adequado para um qualquer cargo público, todos têm direito e perfil para concorrer a qualquer lugar político.

Sonhei que havia eleições para escolher um caminho onde o bem-estar da população e o engrandecimento da região e da cidade eram objetivos permanentes, gravados a letras douradas, à vista de toda a gente. Sonhei que participavam todos os que o quisessem fazer com aquela boa fé que só a dignidade e a honra possibilitam, e que o único benefício era o orgulho que cada um sentia pela sua terra. As decisões eram tomadas em torno de uma grande mesa redonda, numa sala de cristal. Acreditem que era bonito de se ver e de se sentir que ali reinava a democracia, sem ninguém a ser dominador ou a ser dominado. Estava-se na presença de verdadeiros cidadãos que decidiam e cada decisão era um ato de justiça e de liberdade, e cada erro cometido era assumido à luz do dia, na certeza de que a errar se aprende e a aprender se melhora a vida.

Acordei! Era apenas sonho (…). Mas acordei com boas ideias! Ideias de futuro, em que a Guarda seja mais humana, mais organizada, mais limpa, mais verde, planeada a pensar mais nas pessoas, mais segura, mais amiga do cidadão guardense.

Com um projeto que aproveite melhor o turismo, o património, o ambiente, o ar puro, a localização estratégica! Com capacidade de afirmação pela saúde, pela educação, pela cidadania.

Uma cidade e uma região a olhar o futuro, sem esquecer o passado, a cultura, as tradições, as raízes, as famílias, os filhos ilustres não apenas na toponímia.

Uma cidade e uma região onde se sinta orgulho de viver e onde os visitantes desejem voltar pela apreciação do seu património material e imaterial, pela gastronomia, pela capacidade de receber e divulgar.

Acordo e dou conta que é um sonho com que concordo! Vamos todos sonhar, acordar e contribuir.

A Guarda não precisa só de dinheiro, precisa de todos nós, do nosso contributo, das nossas ideias, dos nossos sonhos! A Guarda não pode parar, tem que olhar para a frente! Acordemos, pois! …É tempo de fazer o caminho caminhando. Acreditemos no nosso sonho, na sua força!

Possuímos a terra, a semente, a água, o sol e a força do sonho. O futuro depende de nós, da nossa determinação, da capacidade de fazer! Juntos somos capazes de sonhar, de construir, de viver uma nova Guarda!

Vamos deixar que o sonho comande a nossa ação! Não permitiremos que personagens de simpatias temporárias, já sem capacidade de sonhar, nos limitem com a sua descrença.

* do poema “A Pedra Filosofal”, de António Gedeão

Por: José Quelhas Gaspar

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