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O regresso às origens do advogado

Emílio Mesquita é empossado na próxima quinta-feira na Câmara de Foz Côa, entretanto ultima os preparativos para deixar Lisboa

Há quatro anos já tinha sido candidato à Câmara de Vila Nova de Foz Côa com as cores socialistas e perdeu por 172 votos. Desta vez, Emílio Mesquita, com uma vitória “suada”, derrubou o bastião do Partido Social Democrata em Foz Côa, conquistando a autarquia por uma margem mínima de 29 votos. Agora vai de “malas e bagagens” para a sua terra natal, de onde saiu ainda criança. Um regresso às suas origens.

Natural do concelho, mais propriamente da pequena freguesia de Santo Amaro, lá viveu até aos 10 anos. Porém, o novo autarca nunca se desligou de Foz Côa, por laços familiares ou políticos, sempre esteve atento a todas as questões relacionadas com o concelho. Foi deputado municipal e, mais recentemente, foi vereador durante alguns meses. Para trás fica a actividade de advocacia que exerce há 25 anos, o seu gabinete, a casa em Cascais, os amigos e alguns familiares. Regressa acompanhado pela esposa, que deixa também na capital a sua actividade, uma empresa que tem em sociedade com a filha. «Poderá encontrar alguma coisa em Foz Côa na sua área, que é a Cultura», conta o recém-eleito, que está confiante na «boa» adaptação do casal após esta volta de 360º graus na sua vida profissional e pessoal. Pela frente tem a cadeira da presidência do município fozcoense e «um concelho à espera de um novo rumo», como o próprio refere. Neste momento, Emílio Mesquita ainda está em Lisboa a ultimar todos os preparativos para a sua partida: «Estou a passar alguns processos judiciais aos colegas e a tratar de outros assuntos», refere o ainda advogado.

Tudo para que possa tomar posse na presidência da Câmara na próxima quinta-feira (dia 27). Depois de receber o testemunho do antigo autarca, a primeira coisa a fazer é «averiguar os processos mais urgentes em curso, formar a minha equipa e pôr em prática aquilo que apresentei no meu programa eleitoral», adianta o edil. Para já, pretende colocar no terreno uma operação “Concelho Limpo”, porque a beleza das paisagens, os caminhos e as bermas das estradas, estão «cheios de lixo que se acumula há muitos anos naqueles locais», lamenta o novo autarca. Para tal, pretende criar condições para que a população possa colocar o entulho num sítio adequado e apropriado para o efeito. Depois, «o mais urgente» será a criação de uma Agência para o Investimento, uma das muitas medidas emblemáticas que o eleito quer ver implementada no município. A infraestrutura terá como objectivo «pensar projectos de investimento e encontrar os investidores interessados». É que, para Emílio Mesquita, o concelho de Foz Côa está «muito parado», faltam-lhe pessoas que promovam a terra, o património e os produtos: «Isso é que vai atrair investimento e gerar riqueza, emprego e desenvolvimento», garante. E, entre outras propostas, o recém-eleito presidente ambiciona delinear um plano da actividade empresarial do concelho, em conjunto com a juventude, «aproveitando apoios governamentais ou autárquicos», revela. Mas o turismo será a aposta mais imediata, que «se poderá começar a notar a curto-prazo nalgumas vertentes», adianta o advogado.

Patrícia Correia

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