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O que é ser um bom presidente da Câmara

Sonhar é preciso

Há algum tempo, um jovem da Guarda perguntou-me “O que é ser um bom presidente da Câmara?”

A pergunta apanhou-me de surpresa e a minha resposta imediata não o deixou satisfeito, por isso devo-lhe uma análise mais completa.

Acredito que a resposta poderá ser um contributo à reflexão dos eleitores para a importante escolha que é preciso fazer em outubro de 2013.

1 – O bom presidente de Câmara é aquela pessoa que se coloca ao serviço do concelho, conhece as necessidades das populações e não descansa enquanto não resolver os seus problemas. Não só exerce o seu ofício com honestidade e dedicação, mas presta contas do seu trabalho e não esconde os insucessos.

2 – Espera-se fidelidade aos seus compromissos, expressa no cumprimento de um programa de governo previamente apresentado, capacidade de gestão económica, bom conhecimento dos assuntos do concelho, liderança política, ambição inovadora, sensatez na resolução das questões delicadas, postura de diálogo aliada à capacidade de decisão em tempo oportuno, eficácia dos serviços municipais ao serviço da comunidade, paciência e disponibilidade para ouvir a população, disponibilidade para trabalhar em equipa e coragem para dizer não quando isso for a melhor opção.

3 – Espera-se que seja capaz de projetar o futuro da cidade e do concelho, que caminhe ao encontro do desenvolvimento, que seja presente na ação concretizadora, que ultrapasse barreiras e que a iniciativa dos cidadãos seja eficazmente apoiada contra a burocracia e o imobilismo.

4 – Deve ter as qualidades indispensáveis a uma vida política verdadeira e séria e fazer a separação total dos recursos públicos e dos interesses da família, da clientela política e dos amigos.

5 – Um bom presidente é aquele que a todos trata por igual e que a todos igualmente representa, sem preconceitos ou complexos. É um entre os demais, cujas capacidades de liderança o levaram a ser escolhido pelos eleitores.

6 – A democracia consagra os vencedores pela eleição. Embora a sublimidade do processo se resuma ao ato eleitoral, aos olhos dos eleitores, esse não é o momento mais importante. Na expectativa dos cidadãos está o tempo médio em que o mandato se desenrola. Cabe ao candidato a presidente ter o suficiente amadurecimento social e político para fazer a auto-avaliação e identificar em si capacidade, responsabilidade e inteligência para perceber que, com a candidatura, recebe um compromisso do tamanho das ambições da comunidade concelhia.

7 – A responsabilidade do presidente da Câmara é de uma imensidão absoluta, porque trabalha diretamente com o sonho das pessoas e com o futuro das comunidades. Ele precisa de saber gerir e prever os efeitos remotos dos seus atos. A história das escolhas operacionais e políticas dos sucessivos presidentes da Câmara é, pela sua natureza, a história da evolução do município, cujos atos devem ser criteriosamente orientados, com o empenho, a isenção e a sabedoria de quem gere a coisa pública, ao mesmo tempo que devem ser submetidos, juntamente com os seus autores, à crítica da competência, à crítica do rigor e, sobretudo, à crítica dos costumes e dos interesses particulares.

8 – O presidente da Câmara deve estar disponível para prestar contas da sua atividade, enquanto homem público e enquanto indivíduo responsável por todo um código de conduta que lhe exige uma exposição total, uma transparência plena e uma consciência de Primeiro Cidadão.

9 – O Presidente da Câmara há-de estar comprometido com os princípios da LEALDADE, da HONESTIDADE, da VONTADE DAS MAIORIAS, mas, sobretudo, com aqueles valores que integram a capacidade pessoal, intransmissível e inalienável de RESPEITAR A PALAVRA DADA, isto porque a palavra interage com a língua, é valor de civilização e de cultura, é portadora de interesse relevante para quem se estima e se identifica com os VALORES DA GUARDA.

Se conhece algum candidato assim, escolha-o!…

Por: José Quelhas Gaspar

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