Sou daqueles que acredita, de uma forma férrea, nesta verdade insofismável: o povo não se engana! E como não se enganou deu uma vitória esmagadora ao PS e ao Eng.º José Sócrates. É com orgulho que constato que foi pela mão de um socialista covilhanense, o militante mais ilustre da nossa concelhia, que o meu partido alcança pela primeira vez a maioria absoluta. E que maioria! Este facto honra o PS e honra a Covilhã. E nas urnas os covilhanenses disseram ao Eng.º José Sócrates que estavam com ele e com o Partido Socialista. Na Covilhã o PS ganhou com 64,7 % dos votos expressos, 19,70 % acima da média nacional e 8,70% acima da média distrital. Daí que, um resultado tão expressivo, mereça da minha parte uma análise a três níveis:
1.A nível nacional: Os portugueses optaram pela mudança e pela estabilidade. Penalizaram a direita pela desgovernação dos últimos três anos. A Assembleia da República tem hoje uma composição de centro-esquerda e a direita está agora em minoria. Por outro lado, os portugueses não gostaram de uma campanha de maledicência, de bota abaixo e de ausência de projectos para o país. Por isso, penalizaram o PSD pela campanha “suja” que fez ao PS e em particular ao seu líder. Mas, os portugueses não quiseram apenas penalizar, quiseram sobretudo acreditar e mudar. O povo não se enganou e apostou tudo neste projecto. Daí que a responsabilidade do PS e de José Sócrates seja enorme.
2. A nível distrital: o Engº José Sócrates ganhou pela segunda vez consecutiva, como cabeça-de-lista, as eleições no círculo eleitoral de Castelo Branco. Reforçou ainda a votação registada em 2002. Apresentou-se ao eleitorado do distrito com a confiança de quem cumpriu sempre o que prometeu. De quem fez obra! Ao contrário, o PSD insistiu no erro do “paraquedista”. Depois de Álvaro Barreto, Maria Elisa, apostou em Morais Sarmento. Não funcionou o seu mediatismo! O povo não se engana! O PSD tem vindo a insistir neste erro, a menorizar os seus militantes, apostando em “paraquedistas”. A derrota foi estrondosa. Apesar disso havia duas dúvidas: o comportamento do eleitorado fiel da zona do Pinhal e o efeito político da presença do presidente da CMC em nº 2 da lista. As dúvidas ficaram desfeitas na noite eleitoral. O efeito político do Presidente da CMC foi nulo e os votos do Pinhal foram insuficientes para equilibrar a desvantagem avassaladora registada na Covilhã. Em consequência disso o PS alcançou o resultado histórico de 56 % e a eleição “categórica” de 4 deputados contra 1 do PSD!
3. A nível local: O PS registou na Covilhã 64,70% dos votos e o PSD apenas 17,30 %. Uma vitória estrondosa do PS e em particular de José Sócrates. O efeito da presença do Presidente da CMC foi nulo. Assim, e apesar de estarmos perante eleições legislativas e não de eleições autárquicas, entendo que o Presidente da CMC foi pessoalmente derrotado na medida em que não foi uma mais-valia eleitoral. Por outro lado, ao ser candidato à AR instalou nos covilhanenses a dúvida: será que desejaria ir para a Assembleia da República caso fosse eleito? A dúvida não foi esclarecida como insistentemente o PS pediu. É uma questão que ficará por esclarecer uma vez que essa hipótese já não se põe. O Presidente da CMC não foi eleito. Tanto nas derrotas como nas vitórias não deve haver drama ou euforia em excesso. Apenas reflexão e interpretação da vontade dos cidadãos! O povo não se engana!
Miguel Nascimento,
Vereador eleito pelo Partido Socialista na CMC