P – Qual é o papel que a Confraria do Pêssego de Portugal pretende desempenhar?
R – A Confraria do Pêssego pode desempenhar um papel muito importante na promoção e defesa do pêssego na nossa freguesia, bem como nas freguesias vizinhas e até da Beira Interior. Estou a falar das Uniões de Freguesias de Vale Formoso e Aldeia do Souto, e do Teixoso e Sarzedo, bem como também dos concelhos de Belmonte e do Fundão que, embora possam ter menos hectares do que o concelho da Covilhã, também poderão ter um papel muito importante no que é o desenvolvimento das potencialidades deste fruto. A Confraria é mais uma aposta em torno desse produto. Penso que poderá ter a sua importância ou até mesmo uma associação que possa ser criada, e está a pensar criar-se em termos do que poderá ser a ajuda ao fruticultor em determinados processos burocráticos que, por vezes, surgem para que os produtores possam ter ajudas, desde seguros a subsídios. Porque não ajudá-los nas candidaturas para poderem obter subsídios para a plantação deste produto ou até para outro tipo de investimento que possam vir a fazer e que esteja ligado ao pêssego?
P – Quais os objetivos que levaram à sua criação?
R – Há muitos anos que a Confraria do Pêssego andava para ser criada e, uma vez que este fruto é uma grande referência para nós em termos de fruticultura, houve sempre este interesse. Aliás, há várias confrarias a nível nacional e de concelhos vizinhos, como a da cereja. Neste caso, a nossa ideia, uma vez que as nossas freguesias estão inseridas no “coração” do território que tem 55 ou 60 por cento da produção a nível nacional, pensamos que a Confraria poderá vir a ter a sua importância. Foi criada com o objetivo de promover e dinamizar tudo o que está relacionado com o pêssego. Não falamos só da parte de ajuda em termos da venda. Ainda na última EXPOFACIO – Feira Agrícola Comercial e Industrial de Orjais, que decorreu no fim de semana de 9 e 10 de agosto – tivemos coisas importantíssimas relacionadas com o pêssego. Desde o gelado de pêssego a bifanas com molho de pêssego, que foram ambos apresentados por um expositor de Caria e que tiveram um sucesso enorme. Foi uma aposta muito bem sucedida. Tudo o que estiver relacionado com o pêssego pode ser promovido pela Confraria a nível concelhio, nacional e internacional. Até para a zona Oeste é importante haver esta Confraria e todos estarmos unidos. Alguém tinha que dar o primeiro passo. Porque é nunca ninguém tomou a iniciativa antes? Tomámos nós e se tivessem sido eles tínhamos que nos juntar a eles.
P – Quem são os fundadores?
R – A parte do registo foi feita por mim. Agora, toda a parte de regulamento, de direção e de outras coisas que são necessárias em termos dos estatutos têm os seus procedimentos normais e os seus timings que temos que respeitar. Para além disso, a Câmara da Covilhã também está empenhada no assunto e a ajudar-nos em toda a evolução deste processo para que possa ser uma realidade. Poderá acontecer ainda alguma coisa antes do final do ano, como poderá não acontecer, mas no próximo ano certamente que esta aposta que estamos a fazer será uma grande realidade.
P – Que importância tem o pêssego para a freguesia de Orjais?
R – O pêssego sempre assumiu uma grande importância para a freguesia. Todo o pêssego que é produzido em Orjais é escoado e vendido, grande parte para as grandes superfícies. Só lamento que os nossos amigos espanhóis gostem de dizer que têm um bom pêssego e que o apresentam nas feiras e exposições que têm em Espanha ou França, mas o que aparece lá é pêssego nosso. Eles vêm comprar vruto bom a Portugal para expor e, é de fonte segura que o sei, depois vendem o espanhol que não corresponde ao anteriormente mostrado. Em termos de pêssego, continuamos a dizer que nós temos muito melhor qualidade do que têm os nossos vizinhos espanhóis.
P – O fruto esteve em destaque na edição deste ano da Feira Agrícola, Comercial e Industrial da freguesia?
R – Esteve este ano como é costume estar nas edições anteriores. Mas não houve a ideia de promover apenas o pêssego na EXPOFACIO. O seu a seu tempo e quando estivermos na altura devida então vamos apostar forte. O gelado e as bifanas com sabor a pêssego foram muito bem acolhidos, à semelhança do que sucedeu recentemente na feira do pêssego na Covilhã, embora não tivesse aquele impacto que com certeza pensavam que iria ter. Ou seja, a feira do pêssego na Covilhã podia ser um grande sucesso se realmente tivesse um número elevado de expositores, que não teve. Eu não critico em termos da organização, mas houve uma falha, que já foi publicamente assumida por parte da organização, em que poderíamos ter tido um grande evento dedicado ao pêssego. As coisas têm que ter o seu timing, a sua divulgação para que se chegue a essa altura e se promova o que é para ser promovido.
Perfil de António Pinto:
Presidente da Junta de Freguesia de Orjais
Idade: 50 anos
Profissão: Desempregado
Naturalidade: Orjais
Currículo: É presidente da Junta de Freguesia de Orjais desde 2009; Tem 14 anos de associativismo. Esteve ligado à indústria têxtil de confeção. Considera-se um «homem para todos os serviços».
Hobbies: A Junta de Freguesia e ver noticiários.