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«O objetivo é continuarmos a fazer a feira sozinhos»

Ciclo de feiras do queijo da serra terminou no sábado em Fornos de Algodres

Depois de três feiras regionais, Fornos de Algodres voltou a celebrar o queijo Serra da Estrela produzido no concelho, tal como sucedeu em Gouveia e Seia. Uma opção que é para continuar, diz Manuel Fonseca: «É importante que cada concelho tenha a sua feira, pois há também as freguesias que precisam de mostrar os seus produtos e atividades», considera o presidente do município, garantindo que, «no próximo ano, o objetivo é continuarmos a fazer a feira sozinhos».

No entanto, «é uma tarefa árdua porque a Câmara está a passar por dificuldades dramáticas», admitiu o autarca, salientando que o orçamento do certame sofreu uma redução este ano. Para atrair mais gente, a feira acolheu, durante a tarde, o programa “Aqui Portugal” da RTP, o que «abrilhanta a festa e noto que há muita gente que veio, principalmente feirantes», destacou o presidente da autarquia. «Em territórios com cada vez menos gente é importante que estas iniciativas sejam abertas, por isso é que abrimos a feira a todos os feirantes», evidenciou Manuel Fonseca. Já o número de produtores de queijo do concelho é «significativo», mas ainda há um longo caminho a percorrer: «Falta criar um sistema de incentivos que leve os jovens a fixarem-se no interior», defendeu o edil, sublinhando que a aposta deve ser extensível a outras atividades ligadas à agricultura. «Há um trabalho que está a ser feito pelo gabinete técnico de apoio ao agricultor e pela Câmara, que está a tentar, em termos do novo quadro comunitário, que os jovens se possam fixar», adiantou.

Foi através de um programa de apoio a jovens agricultores que Isabel Reis, a produtora de queijo mais nova presente na feira, avançou com o seu próprio projeto em 2013. Mas a feitura do queijo não é estranha a esta empresária de 38 anos, instalada em Maceira (Fornos): «Sempre acompanhei a minha mãe e agora assumi o lugar dela», declarou a queijeira, que não pensa aumentar a produção: «É difícil porque implica muito trabalho, pois temos as nossas ovelhas, ordenhamos e fazemos o queijo», referiu, adiantando que «fazemos, em média, seis queijos por dia». O seu queijo é certificado, sendo que «é importante para comercializar nos grandes centros, pois os clientes têm a certeza que é um produto de qualidade da nossa região», anuiu Isabel Reis. Já a participação em feiras é importante para divulgar os produtos e o nome, mas as vendas nem sempre são muitas: «O queijo Serra da Estrela é um pouco mais caro e as pessoas têm tendência a ficar um pouco de pé atrás», considerou a produtora.

Sara Quelhas Manuel Fonseca com a produtora mais nova do concelho (à direita) e a mãe

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