No espaço de um mês, Carlos Costa bateu dois recordes nacionais, dos 60 e dos 150 metros, no escalão de infantil. Com 13 anos, o jovem da Covilhã que corre pelo Grupo de Convívio e Amizade (GCA) nas Donas, do concelho vizinho do Fundão, está radiante com os bons resultados, mas reconhece que só com muita dedicação poderá continuar a alcançar o sucesso no futuro.
O primeiro recorde batido foi o dos 60 metros na pista do Luso, em maio, e o segundo, o dos 150 metros, no Meeting de Lisboa, a 10 de junho, e o atleta revela que sentiu uma «grande felicidade» quando cortou a meta e soube que tinha melhorado as anteriores marcas. «Senti-me também recompensado pelo muito esforço e trabalho que tenho vindo a realizar. Já tentava bater esses recordes nacionais há muito tempo e finalmente consegui», adianta. Confessa que o «nervosismo» e a «ansiedade» o traíram por algumas vezes e quando «até nem estava à espera» bateu o primeiro recorde, «mesmo partindo da pior pista». O jovem não quer ficar por aqui e já tem mais dois objetivos: os 80 e 250 metros «quando for iniciado». Para o futuro, Carlos Costa quer tentar «ser bom» no que faz e não se «deixar levar pela fama» momentânea: «Ambiciono tentar ser o Obikwelu numa geração mais nova», sublinha o jovem, cujos maiores ídolos são o luso-nigeriano e o jamaicano Usain Bolt, campeão olímpico e recordista mundial dos 100 e 200 metros.
«Tentar chegar a um clube maior» é outro objetivo para o promissor velocista, que, se pudesse escolher, optaria pelo Sporting porque é o seu «clube de futebol e da maior parte da família». Contudo, ressalva que sairá para «quem fizer a melhor oferta», garantindo que «não há problema se for do Benfica. Desde que consiga concretizar o meu sonho…». Outro sonho que ambiciona tornar realidade é disputar os Jogos Olímpicos. «Desde pequeno que vejo as provas pela televisão e espero lá chegar um dia», confessa, considerando ter «boas condições» para treinar no Complexo Desportivo da Covilhã. O jovem costuma treinar «duas a três vezes» por semana, com sessões entre 60 a 90 minutos, e ainda faz natação para «ganhar massa muscular». Antes do atletismo, chegou a praticar karate durante três anos, algo que o ajudou «a concentrar-se nas aulas», refere.
Apesar do tempo despendido para a prática desportiva, Carlos Costa garante que é um «bom aluno» e acabou de passar para o oitavo ano sem nunca ter chumbado. O atleta foi “descoberto” há dois anos no “Mega Sprint” escolar pelo seu atual treinador Bruno Mangana, que lhe reconhece capacidades para continuar a evoluir e a ganhar: «Sei que pode chegar longe, mas tem de pensar muito bem no que quer e não se pode deslumbrar com o êxito. Tem de pensar que isto é apenas um ponto de partida», sublinha. O jovem técnico considera que o seu pupilo tem condições para ter ainda melhores resultados, até porque «também tem tudo o que precisa em termos físicos» para triunfar. «Mas tem que ter mais confiança em si», aconselha.
Ricardo Cordeiro