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«O nosso sonho é vermos construído na Covilhã um lar/centro de dia»

Cara a Cara – João Cruz Azevedo

P – Avançou para mais um mandato, quais são os grandes projetos que tem para o futuro do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes ?

R – Pretende-se, em primeiro lugar, a fidelização dos associados, depois novas atividades. Pretende-se neste mandato e já neste ano a reabilitação do Monumento aos Combatentes.

P – Este ano verificou-se a inexistência de listas concorrentes aos corpos sociais do Núcleo, sendo que só na segunda assembleia apareceu uma lista candidata. A que se deve isso? Considera que há algum desinteresse por parte dos sócios?

R – É uma pergunta delicada, com resposta complexa, mas fácil de responder. Os sócios pretendem a continuidade. Não apareceu qualquer lista na primeira assembleia porque eu não queria continuar. Pretendia fechar o ciclo, mas os elementos que constituem a direcção não quiseram continuar sem mim. Assim, aguardou-se que algum sócio preparasse e entregasse uma lista, o que não aconteceu. É sempre má a perpetuação das pessoas nos lugares, por outro lado é uma manifestação de apoio a essa mesma continuidade. Isso mesmo foi manifestado na assembleia-geral com uma proposta de recondução de todos os elementos. Posto isto, a direcção cessante teve que solicitar a integração a dois sócios e apresentar uma lista que foi aprovada por unanimidade. Os nossos estatutos não indicam limite de mandatos, e penso que é a grande pecha. Se tal estivesse consignado, eu ou outro elemento saía e haveria uma lista alternativa e talvez renovadora. Os sócios manifestam apoio à continuidade, mas são participantes e colaborantes.

P – Que actividades desenvolve o Núcleo?

R – Temos atividades socioculturais e de apoio aos combatentes carenciados, em especial aos portadores de Stress Pós Traumático da Guerra, e já são umas dezenas a ser seguidos. Temos também atividades lúdicas e recreativas, com diversas organizações/passeios sempre com carácter cultural e apoio aos nossos vários associados. Procuramos ainda promover a colaboração estreita com todas as entidades que nos solicitem, participamos nos atos mais importantes da vida da instituição Liga dos Combatentes e temos uma boa convivência com os demais núcleos da região.

P – Quantos sócios tem o núcleo da Covilhã?

R – Atualmente temos 855 sócios pagantes.

P – Quais as principais necessidades do Núcleo?

R – O núcleo está bem e recomenda-se. O dinheiro fará sempre falta, mas não é o que nos preocupa, pois temos finanças equilibradas.

P – O país tem valorizado e apoiado condignamente os antigos combatentes?

R – Não, é pouco o apoio dado à terceira idade e às infraestruturas necessárias (lares). Por vezes somos mesmo esquecidos, depois de tanto termos dado pelo país.

P – O que gostaria que ainda fosse feito?

R – Ver realizado o nosso sonho que já dura há 20 anos, que é vermos construído na Covilhã um lar/centro de dia para o qual já temos terreno e projecto.

Perfil:

Presidente do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes

Idade: 73 anos

Profissão: Reformado da banca

Currículos: Uma vida de trabalho e 10 mandatos à frente do Núcleo. Missão cumprida em Moçambique de 1968 a 1970.

Naturalidade: Covilhã

Livro preferido: Livros ligados a África e à guerra colonial

Filme preferido: “Música no Coração”

Hobbies: Dedicação à família e ao Núcleo

João Cruz Azevedo

Sobre o autor

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