Eleitos há pouco tempo, os novos órgãos sociais do Núcleo Desportivo e Social (NDS), cuja sede está localizada na zona da Estação, na Guarda, tem como prioridade dar continuidade aos projetos desenvolvidos nos últimos anos e aumentar o número de sócios, que atualmente rondam os 500. Apesar de ser mais conhecido na cidade por ser um clube de referência no futebol de formação, as atividades do NDS estão longe de se esgotar no desporto, uma vez que também desenvolve um amplo trabalho na área social.
Após um período de impasse motivado pela não recandidatura de Luís Aragão, Filipe Dente, vogal da anterior direção, decidiu avançar para a presidência porque é da «Estação, apesar do NDS ser um clube da cidade ao qual já estou ligado há muitos anos», adianta. Em relação à atual situação financeira do clube, o dirigente assegura que está «mais ou menos controlada» e que, neste momento, «não há salários em atraso» como chegou a haver no ano transato. A Câmara ainda tem subsídios em atraso, mas o novo presidente ainda desconhece «ao certo» qual é o valor atual da dívida, mas espera que ela venha «a ser abatida», até porque «temos despesas inerentes a quem tem um campo próprio que muitos clubes não têm». «Temos de pagar água e eletricidade, além da própria manutenção do campo do Carapito», salienta, reforçando que «temos o sonho de ter um relvado sintético, que é o que melhor se adequa às condições climatéricas da Guarda», acrescenta.
Ainda no plano desportivo, na época anterior, o NDS movimentou cerca de 200 jovens atletas e na próxima, que arranca já em agosto, vai ter duas equipas a competir nos Nacionais. Assim, os juvenis, que se sagraram campeões distritais, juntaram-se aos iniciados, que se mantiveram mais uma vez, sendo duas equipas que «vão levar a bandeira da Guarda até cidades como o Porto ou Aveiro», sublinha Filipe Dente. No futuro, o objetivo é ter «mais atletas» e apostar noutro tipo de iniciativas como BTT ou caminhadas, indica o responsável de 43 anos, que foi eleito para um mandato de três anos. Em relação às recentes tentativas de fusão entre outros dois clubes da cidade, o dirigente considera-o «salutar», considerando que seria benéfico, por exemplo, «na utilização do Estádio Municipal».
Filipe Dente diz-se favorável a uma «união de esforços» e, nesse sentido, assegura que «o NDS está aberto a qualquer tipo de negociação de toda a comunidade». O regresso do futebol sénior é que não está nos planos «para os próximos anos», até tendo em conta «a conjuntura atual», pelo que a grande aposta vai continuar a ser feita nas camadas jovens. Contudo, o novo presidente realça que o NDS «não é só futebol» e que uma das funções da coletividade é «servir a sociedade». Atualmente, existem seis projetos em curso na área social. «Temos um peso social muito grande e empregamos cerca de 25 pessoas», que estão na sua quase totalidade ligadas a esta área. O apoio domiciliário, que serve cerca de 10 utentes, a reinserção social, um protocolo estabelecido com o Instituto da Droga e da Toxicodependência ou o projeto “tu decides…”, vocacionado para jovens, são exemplos dessa valência social.
Ricardo Cordeiro